Tensão no Parlamento timorense com empurrões entre deputados
Em causa está um requerimento assinado pelos deputados da maioria, que querem votar a destituição do presidente do Parlamento, Arão Amaral, e que deveria ter sido debatido no plenário num prazo de cinco dias.
A tensão marcou o início da manhã desta segunda-feira no Parlamento timorense, com deputados aos gritos e aos empurrões devido à tentativa dos dois vice-presidentes de realizarem uma sessão plenária para a destituição do presidente do órgão.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A tensão marcou o início da manhã desta segunda-feira no Parlamento timorense, com deputados aos gritos e aos empurrões devido à tentativa dos dois vice-presidentes de realizarem uma sessão plenária para a destituição do presidente do órgão.
Sem incidentes graves, a tensão começou quando deputados de três bancadas – Fretilin, PLP e KHUNTO –, que entre si representam 36 dos 65 lugares no Parlamento Nacional, entraram na sala do plenário.
Depois de um compasso de espera, Angelina Sarmento, do Partido Libertação Popular (PLP), e Luis Roberto, do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), tentaram dirigir-se para a zona da mesa do Parlamento, apoiados por deputados desses partidos e da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin).
Vários deputados do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), segunda força política, subiram à zona da mesa e impediram o acesso durante alguns minutos, com um deputado a manter-se de guarda à cadeira do presidente, Arão Noé Amaral.
Os dois vice-presidentes acabaram por se conseguir sentar nas suas cadeiras com um deputado do CNRT a manter-se, em pé, a impedir o acesso à cadeira do presidente do Parlamento.
Em causa está um requerimento assinado pelos deputados da maioria, que querem votar a destituição de Arão Amaral, e que deveria, segundo o regimento, ter sido debatido no plenário num prazo de cinco dias.
Esse prazo já passou, mas a sessão ainda não foi agendada e Arão Noé Amaral voltou a rejeitar a sua realização esta segunda-feira, sendo esta a terceira semana consecutiva sem plenários.
Na sexta-feira, os três partidos acusaram Arão Amaral de crimes de “abuso de poder contra o Estado e de subversão” por paralisar o funcionamento parlamentar, nomeadamente por não agendar, como está previsto no regimento, um pedido da sua destituição apresentado no início de Maio.
A maioria pediu à vice-presidente Angelina Sarmento que conduza o plenário, tendo Arão Amaral considerado que esse acto é uma tentativa de assalto ao poder que viola a Constituição e a lei de organização, funcionamento e administração do Parlamento, ao código penal e ao regimento do Parlamento”, disse.