Covid-19: hospitais de São Paulo à beira do colapso
Hospitais atingiram 90% da capacidade para tratar doentes com covid-19. No domingo, Jair Bolsonaro participou em manifestação a favor do seu Governo.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, afirmou que o sistema de saúde da cidade paulista poderá entrar em colapso dentro de duas semanas, tendo já atingido 90% da sua capacidade para tratar os doentes infectados com covid-19, numa altura em que o número de casos continua a aumentar significativamente.
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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, afirmou que o sistema de saúde da cidade paulista poderá entrar em colapso dentro de duas semanas, tendo já atingido 90% da sua capacidade para tratar os doentes infectados com covid-19, numa altura em que o número de casos continua a aumentar significativamente.
São Paulo é uma das regiões brasileiras mais afectadas pela pandemia, tendo já registado mais de 38 mil casos de infecção, contabilizando 2832 óbitos, segundo os dados disponibilizados pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.
De acordo com os mesmos dados, citados pela Folha de São Paulo, há 1900 doentes internados com covid-19 na rede municipal, dos quais 491 estão em unidades de terapia intensiva (UTI) e 370 a necessitar de ventilador. Acresce que seis hospitais públicos da cidade estão cheios e o serviço de saúde privado contabiliza 97% das UTI ocupadas.
Perante este cenário, Bruno Covas vai reunir-se com o governador de São Paulo, João Doria, para alinharem uma estratégia mais musculada para conter o avanço da pandemia, numa cidade com mais de 12 milhões de habitantes e cujas medidas de distanciamento social não estão a ser cumpridas rigorosamente pela população.
“É difícil acreditar que alguns preferem que a população seja submetida a uma roleta-russa. A indiferença perante a morte é indecorosa”, lamentou Bruno Covas, citado pela BBC.
Bolsonaro volta a participar em manifestação
Com grande parte do país em quarentena, um grupo de apoiantes de Jair Bolsonaro voltou a reunir-se, no domingo, junto ao Palácio do Planalto, numa manifestação contra o Supremo Tribunal Federal e contra as medidas de confinamento.
Como tem sido recorrente, o Presidente brasileiro juntou-se aos manifestantes, desta feita com a presença de vários dos ministros do seu Governo, bem como dos seus filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro, num acto transmitido em directo nas redes sociais. “Uma manifestação pura da democracia, estou muito honrado com isso”, afirmou Bolsonaro, desta vez com máscara, perante centenas de apoiantes.
No sábado, o Brasil ultrapassou a Espanha e a Itália e é agora o quarto país com o maior número de casos de covid-19 no mundo, contabilizando mais de 241 mil infectados e cerca de 16 mil mortos.