China ameaça retaliar restrições impostas pelos EUA nos negócios com a Huawei
As novas regras estipulam que os fabricantes estrangeiros de semicondutores que usem tecnologia norte-americana devem obter licença para vender semicondutores fabricados para a Huawei.
O ministério do Comércio da China disse esta segunda-feira que vai tomar “todas as medidas necessárias” para retaliar contra as restrições impostas pelos Estados Unidos ao uso de tecnologia norte-americana pelo grupo chinês de telecomunicações Huawei.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O ministério do Comércio da China disse esta segunda-feira que vai tomar “todas as medidas necessárias” para retaliar contra as restrições impostas pelos Estados Unidos ao uso de tecnologia norte-americana pelo grupo chinês de telecomunicações Huawei.
Em comunicado, o ministério classificou as restrições adoptadas por Washington como “abuso do poder estatal” e “violação dos princípios do mercado” e advertiu que constituem uma ameaça para a segurança da “cadeia industrial e de fornecimento global”.
“Os EUA usam o poder do Estado, recorrendo à desculpa da segurança nacional, e abusam das medidas de controlo sobre as exportações para oprimir continuamente e conter empresas específicas de outros países”, acusou a China.
A China “vai tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar, de forma determinada, os direitos e os interesses legítimos das empresas chinesas”, lê-se na mesma nota.
As novas regras estipulam que os fabricantes estrangeiros de semicondutores que usem tecnologia norte-americana devem obter licença para vender semicondutores fabricados para a Huawei.
O equipamento de design e fabrico de chips usado nas fábricas de semicondutores do mundo é fabricado sobretudo nos EUA, pelo que a nova regra afecta produtores estrangeiros que vendem para a Huawei e afiliadas, incluindo a HiSilicon, que projecta principalmente chipsets usados em telemóveis e estações base para redes sem fio da Huawei.
O Departamento de Comércio norte-americano disse que as empresas têm um período de carência de 120 dias para os chips já em produção.
A Huawei Technologies Ltd., a primeira marca global de tecnologia da China e líder no fabrico de equipamentos de rede e dispositivos móveis, está no centro de um conflito entre EUA e China motivado pelas ambições tecnológicas de Pequim.
Os Estados Unidos acusam a maior fabricante mundial de equipamentos para firmas de telecomunicações de cooperar com os serviços secretos chineses. A Huawei nega a acusação e as autoridades chinesas dizem que o Governo de Donald Trump está a usar leis de segurança nacional para restringir um rival que ameaça o domínio exercido pelas empresas de tecnologia dos EUA.