MAAT inicia ciclo de música e som no YouTube com “diversidade e inclusão” da Nyege Nyege

Conversa com fundadores do colectivo artístico com sede no Uganda decorre a 18 de Maio no canal de YouTube do museu. O programa Terra Irada prolonga-se até Fevereiro de 2021.

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Arlen Dilsizian e Derek Debru gostam de incutir "um sentido de inclusão e um convite à surpresa" no que fazem SEBASTIAO ALMEIDA

As celebrações do Dia Internacional dos Museus, que se assinala na próxima segunda-feira, 18 de Maio, este ano sob o tema “diversidade e inclusão”, serão o pano de fundo do arranque do novo programa de música e som do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT). Terra Irada, com curadoria de Pedro Gomes, quer dar um “foco especial às manifestações locais, mas também à panóplia mundial de ligações interculturais que Portugal desenvolveu, de maneiras várias e maioritariamente convulsas, ao longo dos séculos”; Nyege Nyege: Uma Nova Esperança é o seu primeiro capítulo.

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As celebrações do Dia Internacional dos Museus, que se assinala na próxima segunda-feira, 18 de Maio, este ano sob o tema “diversidade e inclusão”, serão o pano de fundo do arranque do novo programa de música e som do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT). Terra Irada, com curadoria de Pedro Gomes, quer dar um “foco especial às manifestações locais, mas também à panóplia mundial de ligações interculturais que Portugal desenvolveu, de maneiras várias e maioritariamente convulsas, ao longo dos séculos”; Nyege Nyege: Uma Nova Esperança é o seu primeiro capítulo.

A Nyege Nyege escapa a caracterizações redutoras. Com sede no Uganda, a estrutura criada por Arlen Dilsizian e Derek Debru integra um colectivo que organiza um festival, tem estúdios comunitários, acolhe residências artísticas e gere duas editoras discográficas, por exemplo. Tudo “canais viáveis”, aponta o MAAT, “a partir dos quais culturas insulares e com pouca exposição podem apresentar-se”. Esta plataforma – que, continua a instituição, “tem sido um bastião de ideias construtivas para a era pós-colonial” – inclui “idiomas subsarianos, mas também de outras partes do mundo, num processo de constante expansão”, e tem “ajudado a estimular o orgulho próprio dos artistas” com quem trabalha, para que estes consigam compreender que podem trabalhar longe das suas zonas de conforto e “provocar um impacto concreto no mundo exterior”.

No dia 18, pelas 16h, o canal de YouTube do MAAT transmite em directo a conversa, em inglês, de Pedro Gomes com Arlen Dilsizian e Derek Debru, que tentam sempre incutir naquilo que fazem “um sentido de inclusão e um convite à surpresa”. Isto antes das actuações e dos sets DJ, que acontecerão imediatamente a seguir, entre as 17h e as 21h: “seis emissões diferentes a partir de seis localidades no mundo — África do Sul, Mali, Tanzânia, Santa Lúcia, Ilha da Reunião e Uganda — onde comunidades e ideias visionárias se unem sob uma única bandeira de progresso, confronto, celebração e compreensão”. HHY & The Kampala Unit, Menzi, Tshipo, Amabhotela, DJ Diaki, DJ Chengz e Jako Maron são alguns dos nomes que, por turnos, vão ocupar as mesas de mistura caseiras, numa “expressão de pensamento livre” sem fronteiras.

Até ao fim de Fevereiro de 2021, o ciclo Terra Irada vai debruçar-se sobre “expressões de alguma forma comunitárias de música” e, em simultâneo, “lidar com tangentes cruciais de outras facções da luta pós-colonial, como exemplos de emancipação, mesmo quando ainda pioneiras, de visões e estruturas culturais”. Dentro da programação já anunciada, encontram-se as Tradições Atípicas, misto de actuações ao vivo com “uma série de playlists compiladas a partir do catálogo da editora Discrepant”, ou ainda as conversas Journeys to the In-Between, que pretendem questionar “categorias binárias que persistem nos discursos e nas práticas relacionadas com o espaço urbano”.

No site, o MAAT explica que, apesar de o programa ter sido planeado muito antes da paralisação provocada pela propagação do novo coronavírus, os seus “conceitos gerais” mantiveram-se, dado que “os assuntos abordados parecem ser ainda mais pertinentes do que já eram antes da crise actual”.