4,2 mil toneladas de plástico não são só um número
Iniciativas para reduzir ou eliminar o plástico desnecessário às suas operações posicionam Continente como retalhista líder nesta mudança.
Só no último ano, o Continente empreendeu uma série de iniciativas cujo propósito é reduzir ou eliminar, sempre que existam alternativas sustentáveis, a utilização de plástico virgem ou desnecessário. Até agora, o balanço aponta para uma poupança de 4,2 mil toneladas de plástico por ano. Mas não chega: os esforços para assegurar que as embalagens de marca própria sejam reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis é um dos compromissos assumidos pelo retalhista na sua estratégia para o plástico, que propõe antecipar em cinco anos as metas impostas pela União Europeia para 2030.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Só no último ano, o Continente empreendeu uma série de iniciativas cujo propósito é reduzir ou eliminar, sempre que existam alternativas sustentáveis, a utilização de plástico virgem ou desnecessário. Até agora, o balanço aponta para uma poupança de 4,2 mil toneladas de plástico por ano. Mas não chega: os esforços para assegurar que as embalagens de marca própria sejam reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis é um dos compromissos assumidos pelo retalhista na sua estratégia para o plástico, que propõe antecipar em cinco anos as metas impostas pela União Europeia para 2030.
Consciente do impacto da sua actividade, há mais de 20 anos que a Sonae MC, da qual o Continente faz parte, foi pioneira na definição de uma política de sustentabilidade ambiental. Especialmente na área do retalho, as marcas têm uma responsabilidade acrescida na redução do impacto nefasto que a sociedade de consumo tem no ambiente: desde a distribuição à fase final, de venda, são várias as estratégias de sustentabilidade que nem sempre são visíveis para o consumidor.
No mapa do futuro das empresas, há que considerar o impacto social e ambiental dos negócios. Só uma perspectiva global e transversal a diferentes áreas de actuação permite uma visão clara para o desenvolvimento sustentável. No caso do Continente, a sustentabilidade é vista, cada vez mais, como uma ferramenta de gestão. Vítor Martins, responsável pela direcção de ambiente da Sonae MC desde a sua criação, em 2000, assume que é um dever da empresa “não só a implementação de medidas que procurem minimizar o impacto da actividade no ambiente”, como também a promoção de iniciativas “que visem sensibilizar os portugueses para a importância do seu contributo para a sustentabilidade ambiental”. Desde 1985 que “a empresa abraçou a área da sustentabilidade”, criando um grupo de trabalho que “apoiava tecnicamente a administração sobre questões ambientais”, recorda Vítor Martins. Eleita pelos consumidores “Marca de Confiança Ambiente” pelo 10º ano consecutivo, a insígnia da Sonae MC vê neste reconhecimento público o reflexo de um esforço contínuo. Um esforço empreendido não só internamente como também na relação com os fornecedores, no apoio à inovação e na informação disponibilizada aos clientes.
Relativamente ao plástico, as empresas viram-se obrigadas pela pressão pública – e posteriormente governamental – a rever o impacto da sua actividade. A tendência generalizada é de uma maior consciência social por parte dos consumidores, reflectida numa atitude mais crítica em relação ao impacto social e ambiental dos produtos consumidos. Ana Alves, directora de marcas próprias da Sonae MC, insiste que “a preocupação com os temas ambientais está no ADN da empresa”. No entanto, admite que “a pressão actual é muito maior” e os consumidores estão “muito mais atentos”, especialmente à quantidade de plástico utilizada nas embalagens.
É através de um grupo de trabalho multidisciplinar e transversal a todas as suas áreas de actuação que o Continente tem vindo a desenvolver medidas concretas para um uso mais responsável do plástico. A plataforma Plástico Responsável, lançada simbolicamente a 22 de Abril de 2019, Dia Mundial da Terra, marcou uma nova etapa na estratégia de actuação da marca, mas apenas na forma como as iniciativas do grupo – e outras, consideradas boas-práticas – são comunicadas ao público.
Pequenas mudanças, grande impacto
No espaço de um ano, mais de 4,2 milhões de quilos de plástico deixam de somar-se a todo o plástico que existe e não desaparece do nosso planeta. Segundo dados da Comissão Europeia, a Europa produz cerca de 58 milhões de toneladas de plástico por ano e Portugal contribui com quase 370 mil toneladas. Evitando que mais toneladas de plástico “novo” entrem nestas contas e reintroduzindo plástico no ciclo de produção, através da reciclagem, a mudança é possível. No caso do Continente, a mudança está em curso há muito tempo, mas algumas das iniciativas passam despercebidas aos consumidores.
O compromisso assumido pelo Continente no combate ao plástico descartável e desnecessário começa nas operações internas. Especialmente no último ano, todas as equipas têm sido desafiadas pela empresa para planearem as suas acções com o mínimo de impacto ambiental. A última medida foi eliminar 40% de plástico nos sacos da peixaria. Os novos sacos são feitos de papel e revestidos por uma fina camada de plástico que garante a conservação do produto ao mesmo tempo que evita o derrame de líquidos. O Sea Wrap (“embrulho do mar”) é 100% reciclável e irá permitir uma redução de 40% de plástico nos sacos desta secção, evitando a utilização de cerca de 70 toneladas anuais de plástico virgem.
O Continente tem também desafiado os fornecedores para ponderarem soluções mais amigas do ambiente. Não sendo uma embalagem exclusiva da marca, as bananas da Madeira disponíveis nos hipermercados Continente são agora embaladas com uma cinta elástica em vez de saco de plástico, por exemplo. Com esta “pequena” alteração, estima-se uma poupança anual de cerca de 11 toneladas de plástico virgem.
O envolvimento e investimento em projectos de investigação, como o consórcio internacional YPACK, é também uma das apostas do Continente no âmbito da estratégia para o plástico.
O tema do plástico faz também parte da responsabilidade social da marca. Em 2019, pelo terceiro ano consecutivo, a Missão Continente convidou escolas de todo o país para reflectirem e trabalharem sobre temas relacionados com a sustentabilidade. Na última edição, o uso excessivo do plástico esteve, inevitavelmente, no centro das actividades. “O tema do plástico é um tema que tem tudo que ver com a Missão Continente”, explica Tiago Simões, director de Marketing do Continente. “É um tema muito relevante, muito envolvente para o target infantil” e, para além disso, “é um tema que está na ordem do dia e que faria sentido trazer para cima da mesa.”
Menos plástico, mais sustentabilidade
O Continente Bom Dia Via Catarina, no Porto, foi a primeira loja em Portugal a não utilizar plásticos descartáveis na “praça” de frutas e legumes. Em alternativa aos sacos de plástico descartáveis, os clientes desta loja podem utilizar, na secção de Frutas e Legumes, sacos de algodão ou poliéster – reutilizáveis e laváveis -, sacos de papel gratuitos (que suportam até 2,5 kg) ou ainda trazer os seus sacos de casa. No entanto, e de acordo com o posicionamento da marca em relação ao plástico, por questões de segurança alimentar, preservação dos alimentos e garantia de qualidade, alguns frescos continuam a ser embalados em plástico mas estão acondicionados fora da zona delimitada como “zero plástico”. A adopção da política single-use-plastic free (sem plástico descartável) será alargada, de forma gradual, a todas as lojas da cadeia, fortalecendo o posicionamento no âmbito do compromisso Plástico Responsável.
Em Abril de 2019, aquando do lançamento do microsite Plástico Responsável Continente, a poupança anunciada foi de 2,2 mil toneladas por ano, o que representa um crescimento de 90% perante as 4,2 mil toneladas dos últimos doze meses. Um trabalho contínuo que se prevê que seja cada vez mais visível no dia-a-dia dos portugueses e que poderá ser acompanhado através da plataforma Plástico Responsável Continente.
Plástico Responsável Continente
O microsite Plástico Responsável do Continente reúne conteúdos informativos no âmbito da utilização consciente e sustentável do plástico. Através de artigos, vídeos e animações criados especificamente para a plataforma, é feita a divulgação de projectos nacionais e internacionais que são exemplos de boas práticas nesse âmbito, são partilhadas as iniciativas da marca e há também espaço para a opinião de especialistas. Na secção Dicas, por exemplo, são dadas sugestões de como implementar pequenos gestos no dia-a-dia para que, em conjunto, todos possam contribuir para um futuro mais sustentável.
Através da plataforma Plástico Responsável, o Continente apela à acção conjunta para minimizar os efeitos nocivos do abandono do plástico na natureza e para que todos contribuam com uma atitude responsável. Ao mesmo tempo, a plataforma serve para partilhar as soluções que a marca vai definindo para dar resposta a este problema ambiental. Para Pedro Lago, director de projectos de sustentabilidade da Sonae MC, “o Continente, enquanto retalhista líder no mercado, tem um papel fundamental na promoção da utilização responsável do plástico”. Reduzir a quantidade de plástico nas embalagens de marca própria e “influenciando fornecedores, colaboradores e clientes” é fulcral para que todos “tenham um papel activo neste trabalho”.
O plástico, note-se, é um material com características excepcionais: além de versátil e barato, a sua durabilidade é quase incomparável, com tudo o que isso traz de positivo e de negativo. A posição do Continente, defendida por Pedro Lago, é que “plástico é um bom material, altamente reciclável”, mas “estamos rodeados de plástico e a maior parte não é reciclado”. É por isso que, defende, os retalhistas “têm um papel fundamental no combate ao problema do plástico”, tendo o dever de o reintroduzir no ciclo produtivo, à luz da Economia Circular – como implícito, aliás, no compromisso assumido pela empresa.
O Continente foi o primeiro retalhista nacional a aceitar o desafio global New Plastics Economy, promovido pela Fundação Ellen MacArthur em colaboração com o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Desde a sua fundação, em 2010, a Fundação Ellen MacArthur procura promover uma nova economia, baseada nos princípios da economia circular, através do trabalho próximo com parceiros globais, de governos a grandes grupos industriais como a Nestlé, a Coca-Cola e a Unilever. Relativamente ao plástico, o objectivo é reunir as principais medidas que governos e indústria estão a implementar para travar a poluição mundial provocada pelo plástico e trabalhar no alcance de metas comuns para lidar com os resíduos plásticos e com a poluição que provocam.
Também a nível nacional se têm unido esforços, culminados no recente Pacto Português para os Plásticos. A iniciativa, coordenada pela Associação Smart Waste Portugal, integra a rede global da Fundação Ellen Mac Arthur e junta mais de 50 entidades nacionais em torno de um compromisso – entidades governamentais, indústria, retalhistas, associações ambientalistas, municípios e universidades. Esta é uma iniciativa colaborativa única, cujas metas definidas em conjunto têm como objectivo conseguir uma economia circular para os plásticos em Portugal. O Continente assinou este pacto enquanto membro-fundador e efectivo, com experiência e conhecimento para partilhar.