PS contra aumento de remunerações e prémios no Novo Banco
Socialistas questionam o pagamento de prémios numa altura que foi conhecida mais uma injecção financeira para apoiar o Novo Banco.
O grupo parlamentar do PS anunciou esta quarta-feira que está contra aumento de remunerações e prémios dos gestores do Novo Banco no valor de dois milhões de euros. A distribuição de prémios foi conhecida esta terça-feira, dias depois de ter sido anunciada mais uma injecção de 850 milhões de euros na instituição. Os socialistas destacam que esta política de prémios “gera uma grande incompreensão na opinião pública”.
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O grupo parlamentar do PS anunciou esta quarta-feira que está contra aumento de remunerações e prémios dos gestores do Novo Banco no valor de dois milhões de euros. A distribuição de prémios foi conhecida esta terça-feira, dias depois de ter sido anunciada mais uma injecção de 850 milhões de euros na instituição. Os socialistas destacam que esta política de prémios “gera uma grande incompreensão na opinião pública”.
Na audição desta quarta-feira de manhã, o coordenador dos deputados socialistas na Comissão de Orçamento e Finanças, Fernando Anastácio, questionou o ministro das Finanças, Mário Centeno, sobre a política de prémios e remunerações do Novo Banco, que distribuiu, em 2019, dois milhões de euros em bónus à gestão, considerando que esta “gera uma grande incompreensão na opinião pública”.
“O Novo Banco deu dois milhões de euros em bónus à gestão em 2019” e “o Fundo de Resolução descontou-os no cheque final dado ao banco”, salientou o coordenador dos deputados socialistas, questionando se o ministro considera “curial e perceptível a política de prémios e remunerações”.
Fernando Anastácio recordou ainda que “o Novo Banco contratou um novo administrador financeiro no ano passado, o irlandês Mark Bourke, ao Allied Irish Banks” e que, “para o conseguir atrair, pagou 320 mil euros como bónus”. “Este valor acresce aos cerca de 2,3 milhões de euros atribuídos ao conselho de administração do banco em 2019, segundo aponta o relatório e contas de 2019, publicado esta semana”, lembrou, sublinhando que este encargo com os salários fixos dos administradores executivos em 2019, “num ano em que o Novo Banco voltou a marcar prejuízos, de 1059 milhões de euros”, representa “um agravamento de 7% em relação ao ano anterior”.
Na resposta, o ministro das Finanças disse discordar do pagamento destes prémios e acredita que será possível sensibilizar a gestão do Novo Banco para reverter estas decisões. “Consideraria que ainda vamos a tempo de ver corrigida esta situação” de atribuição dos prémios, declarou. Mário Centeno apelou ao “bom senso” e disse esperar que “haja aqui uma empatia, ou pelo menos um entendimento, sobre enquadramento em que estas decisões são tomadas hoje no Novo Banco”.
"Temos a opinião muito clara sobre os prémios. E espero que os mecanismos de governação do Novo Banco atendam a essas prioridades”, conclui, em resposta à deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua.
Ainda esta terça-feira, o PAN pediu para ouvir “com urgência” o presidente do Novo Banco a propósito das notícias dos últimos dias.