Actriz Lori Loughlin não conseguiu livrar-se das acusações no escândalo de acesso à universidade

Estrela de Que Família! mantém declaração de inocência no caso dos acessos fraudulentos às universidades norte-americanas e incorre numa pena de prisão de até 50 anos.

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A acusação, federal, pode resultar numa pena de prisão de até 50 anos Reuters/Josh Reynolds

Um juiz federal norte-americano recusou a acção interposta pela actriz Lori Loughlin, reconhecida pela sua participação na série televisiva Que Família! e na sequela Fuller House (disponível na Netflix), e por outros pais endinheirados no caso de burlas no acesso à universidade nos EUA. Os acusados reclamavam o facto de terem sido “fabricadas” provas pelos investigadores.

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Um juiz federal norte-americano recusou a acção interposta pela actriz Lori Loughlin, reconhecida pela sua participação na série televisiva Que Família! e na sequela Fuller House (disponível na Netflix), e por outros pais endinheirados no caso de burlas no acesso à universidade nos EUA. Os acusados reclamavam o facto de terem sido “fabricadas” provas pelos investigadores.

Em causa está a acusação de conspiração de suborno a funcionários da Universidade do Sul da Califórnia para garantir a admissão das suas duas filhas, Olivia Jade e Bella Rose​. A acusação, federal, pode resultar numa pena de prisão de até 50 anos.

O juiz Nathaniel Gorton aceitou, noticia a Reuters, as explicações dadas pelos procuradores para contrariar as alegações dos advogados de defesa de que os investigadores forçaram uma testemunha a mentir e a enganar os pais para que fizessem declarações incriminatórias. A testemunha é William “Rick” Singer, o consultor de admissões universitárias que confirmou ter criado um esquema para utilizar subornos e outras formas de fraude para ajudar os pais ricos a conseguirem um lugar para os seus filhos nas melhores escolas. “O tribunal está satisfeito por o advogado do Governo não ter mentido ou tentado enganar o tribunal nem forjado provas”, escreveu Gorton acrescentando que não iria considerar inadmissíveis como prova as chamadas gravadas por Singer sem conhecimento dos pais.

O julgamento de Loughlin, em que o seu marido, o designer Mossimo Giannulli, também estará sentado no banco dos réus, está previsto para 5 de Outubro. O casal é acusado de ter pagado meio milhão de dólares (cerca de 460 mil euros) em subornos para que os exames de acesso das filhas fossem manipulados, facilitando a sua entrada na instituição pretendida. Outros pais são acusados do pagamento desses subornos para que os filhos passassem por atletas, tendo assim o acesso garantido.

“Em troca de subornos, os funcionários da universidade alegadamente seleccionavam os filhos dos réus como recrutas desportistas — com pouca ou nenhuma consideração pelas suas aptidões atléticas — ou como membros de outras categorias favorecidas nas admissões”, informou o Ministério Público, em Outubro. A acusação recaiu apenas sobre os pais que se declararam inocentes quanto ao pagamento a um consultor para inflacionar as notas dos exames de acesso. 

Singer declarou-se culpado, assim como vários encarregados de educação. Foi o caso da actriz Felicity Huffman, da série Donas de Casa Desesperadas, que cumpriu uma pena de 14 dias — ainda que as condições da detida tenham sido envoltas em polémica pelo facto de ter tido a liberdade de se movimentar no exterior do estabelecimento prisional para se encontrar com o marido (o actor William H. Macy, que não foi indiciado) e com a filha. 

Huffman não só se declarou culpada como pediu desculpa à “filha, ao marido, à família e à comunidade educativa”. “Quero pedir especialmente desculpa aos estudantes que trabalham arduamente todos os dias para entrar na faculdade e aos seus pais que fazem tremendos sacrifícios”, acrescentou a actriz, que integrou um grupo de 14 pessoas que assumiram as suas culpas no caso “Operation Varsity Blues”.

Desde Março de 2019, mais de 50 pessoas foram acusadas de acções fraudulentas nos acessos às universidades, contando para tal com Singer que subornava os responsáveis das instituições. Porém, alguns dos acusados, entre os quais Lori Loughlin e o marido, mantêm a versão de que acreditavam que os pagamentos efectuados eram donativos legítimos.