Sérgio Sant’Anna: “Eu quero causar polémica, pode falar mal de mim se quiser”
“‘Tou animado, sabe que eu ‘tou animado?!?”. Fazia 50 anos enquanto escritor. Na sua casa das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, em Julho passado, falou da escrita, da tristeza com o Brasil, dos amores nunca resolvidos, de Clarice Lispector, do Facebook como terapia contra a raiva. Esperava pelo próximo livro mas a morte veio antes: domingo, dia 10, Sérigo Sant’Anna foi vítima da covid-19.
A conversa aconteceu no Rio de Janeiro, em Julho do ano passado, dois meses antes de completar 50 anos de carreira literária. A expressão pode ser um pouco pomposa para o modo de viver, de falar e de escrever de Sérgio Sant’Anna. Experimental, underground, pouco convencional, sempre a questionar a forma e a linguagem e o modo como a literatura poderia conversar com outras artes, sobretudo a música, o cinema ou a pintura.