Fátima sem peregrinos: “Deus também é silêncio”

Sem peregrinos e também sem direito a convidados, pela primeira vez desde 1917, as cerimónias do 13 de Maio em Fátima estão este ano reduzidas ao essencial. “Vai ser um nada que significa tudo”, relativiza um dos peregrinos ouvidos pelo PÚBLICO. E não, a interrupção da peregrinação não abrirá feridas perenes nesta tradição da religiosidade popular, segundo o historiador Fernando Rosas.

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Há uma força que dispensa palavras nisto de se crer incondicionalmente que alguém ou alguma coisa estão prontos a amparar-nos quando falha o passo. Júlia, Almiro e Alfredo sabem-no bem, depois de tantos 13 de Maio a peregrinar até Fátima para, juntamente com tantos milhares de pessoas, acenderem uma vela na capela que evoca o momento em que três pastorinhos reclamaram ter visto a Virgem no cimo de uma azinheira. Este ano, pela primeira vez desde 1917, nenhum caminho vai dar a Fátima. O bispo de Leiria-Fátima, o cardeal António Marto, invocou um “grande sentido de responsabilidade” para, “com muita dor e tristeza de alma e coração”, anunciar que por causa da pandemia o Santuário de Fátima iria celebrar a peregrinação “sem a presença física de peregrinos”.

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