Covid-19: há mais nove mortes e 98 casos. É a taxa de crescimento mais baixa desde início do surto
Há 805 pessoas internadas, 112 nos cuidados intensivos. Em Maio, foram feitos mais de 13 mil testes por dia.
Portugal tem mais nove mortes por covid-19 do que no domingo, registando-se um total de 1144 pessoas que morreram com esta doença. Há ainda mais 98 novos casos de infecção (num total de 27.679), o que corresponde a uma taxa de crescimento de 0,35% – a mais baixa desde o início do surto em Portugal. A 3 de Maio foi registado um crescimento de 0,36% (92 novos casos na altura).
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Portugal tem mais nove mortes por covid-19 do que no domingo, registando-se um total de 1144 pessoas que morreram com esta doença. Há ainda mais 98 novos casos de infecção (num total de 27.679), o que corresponde a uma taxa de crescimento de 0,35% – a mais baixa desde o início do surto em Portugal. A 3 de Maio foi registado um crescimento de 0,36% (92 novos casos na altura).
Há ainda 805 pessoas internadas, mais oito do que no dia anterior, e 112 nas unidades de cuidados intensivos (o mesmo número de pessoas do que no domingo).
Os dados foram divulgados esta segunda-feira no boletim epidemiológico actualizado diariamente pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
A taxa de letalidade global é de 4,1%, e sobe para 15,2% quando se fala da população acima dos 70 anos, revelou o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa desta segunda-feira. Pelo menos 83,7% dos doentes estão a receber tratamento em casa e 2,9% estão internados: 2,5% em enfermarias, 0,4% nos cuidados intensivos. A taxa de ocupação das unidades de cuidados intensivos está “estável”, com cerca de 53% das camas para adultos a serem utilizadas.
O Norte do país é a região mais afectada pela pandemia: há um total de 16.008 pessoas infectadas e 651 mortes. Na região de Lisboa e Vale do Tejo são 7316 os casos de infecção e 248 as mortes em pessoas com covid-19; o Centro tem 3545 infectados e 216 mortes. O Algarve conta 14 mortes e 348 infectados e o Alentejo tem 237 casos e uma morte. Nas ilhas, a Madeira não regista qualquer morte e tem 90 casos de infecção; nos Açores, há 135 pessoas infectadas e 14 pessoas que morreram.
Segundo os dados do sistema clínico Sinave (que conta somente 88% dos casos confirmados de infecção), Lisboa continua a ser o concelho com mais casos: são 1737 pessoas infectadas. Segue-se Vila Nova de Gaia com 1455 casos, o concelho do Porto com 1303 infectados, Matosinhos com 1207, o concelho de Braga com 1152 casos e Gondomar com 1048 pessoas infectadas com o vírus SARS-CoV-2.
Foram feitos mais de 13 mil testes por dia em Maio
“Ainda não é tempo para balanços”, afirmou António Lacerda Sales, numa altura em que o país entra na segunda semana do desconfinamento depois de o estado de emergência ter acabado a 2 de Maio. O secretário de Estado lembrou que o caminho no combate à pandemia é “uma maratona”. Nesse sentido, voltou a apontar para os números dos testes: desde 1 de Março, foram realizados cerca de 547 mil testes em Portugal sendo que, entre 1 e 10 de Maio “foram feitos mais testes que em todo o mês de Março”.
Em Maio, foram feitos mais de 13.100 testes por dia, de acordo com o secretário de Estado da Saúde. São indicadores importantes, que permitem conhecer melhor “a realidade epidemiológica do país”.
António Lacerda Sales referiu também que continuam a chegar com regularidade equipamentos de protecção individual, adiantando que está prevista a chegada de dois milhões de máscaras cirúrgicas e 1,7 milhões de respiradores FFP2 e FFP3, entre outros materiais necessários, para garantir “uma certa estabilidade de renovação de stock”.
Questionada sobre a possibilidade de alguns infectados com condições “mais graves” poderem ficar com sequelas, Graça Freitas adiantou que ainda terão de ser feitos estudos em Portugal, apesar de estar ciente de que há “indicações internacionais” que apontam para isso, “pelo menos a curto prazo”. Esses estudos, no entanto, só poderão ser feitos a nível clínico “depois de resolvida a fase aguda” da doença.
A directora-geral da Saúde confirmou que “há pessoas” com testes positivos muito depois de deixarem de apresentar sintomas. De acordo com dados recolhidos noutros países, isso deve-se à permanência de “pequenas partículas virais” no sistema respiratório superior dos doentes, “não havendo evidência de que essas pequenas partículas originem novos casos de doença”, explicou Graça Freitas.
“Não são vírus completos, são apenas partículas de RNA que não têm capacidade de se replicar”, esclareceu, lembrando que esses casos ainda estão em estudo.
Graça Freitas disse ainda que que não há relato de casos em adultos, pelo menos “a nível nacional”, com sintomas da doença de Kawasaki, uma síndrome inflamatória rara que foi já identificada em crianças com covid-19 em outros países da Europa. A criança que apresenta esses sinais “compatíveis com a síndrome”, o único relato do género no país, está a “evoluir bem” e não é um recém-nascido.
A directora-geral da Saúde reforçou o apelo a todos os cuidadores e educadores “para que vacinem as suas crianças”, de forma a evitar a propagação de outras doenças infecciosas. Deixou também um agradecimento à Ordem dos Farmacêuticos, aos farmacêuticos e às farmácias em Portugal, que têm estado a incentivar “activamente” a retoma da normalidade em relação ao Plano Nacional de Vacinação, e a todos os enfermeiros que têm continuado a vacinar.
Quanto à reabertura das creches, Graça Freitas lembrou que são um sítio para brincar e destinadas a crianças “muito pequenas”, a quem ainda não é possível impor regras de comportamento. “Não vamos impedir o normal desenvolvimento das crianças”, afirmou. Assim, a directora-geral lembrou que é preciso fazer os possíveis para “minimizar o risco” das brincadeiras, como por exemplo o desdobramento de turmas, garantir a distância de segurança durante a hora da sesta ou durante as refeições, com a criação de circuitos para cada turma, entre outras medidas. “Por isso é que é tão importante que as creches se organizem em função dos seus espaços e da sua realidade”, explicou Graça Freitas.
Por todo o mundo, morreram já 282 mil pessoas e o número de infecções ultrapassa os quatro milhões. Os Estados Unidos são o país com mais mortes e mais pessoas infectadas, com mais de 1,3 milhões de infectados e quase 80 mil mortes. Espanha é o segundo país com mais casos de infecção (são 224 mil) e a Rússia ultrapassou nesta segunda-feira o Reino Unido e Itália – só num dia foram registados 11.656 casos, o que faz com que o total esteja agora nos 221 mil infectados. Ainda assim, o Reino Unido conta 31.930 pessoas que morreram e Itália tem 30.560 mortes registadas, segundo os dados da universidade Johns Hopkins.