Covid-19: mais 9 mortos e 175 pessoas infectadas em Portugal
Morreram 1135 pessoas com covid-19 desde o início da pandemia em Portugal, revelam os dados deste domingo do boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde. O número de novos casos representa um aumento de 0,6%
Foram registadas nove mortes por covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, morreram 1135 pessoas devido a complicações da doença covid-19, com um total de 27.581 casos de infecção confirmados. Destes, 175 foram identificados nas últimas 24 horas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 0,6%.
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Foram registadas nove mortes por covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, morreram 1135 pessoas devido a complicações da doença covid-19, com um total de 27.581 casos de infecção confirmados. Destes, 175 foram identificados nas últimas 24 horas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 0,6%.
Os dados foram revelados neste domingo no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Dos 175 novos casos confirmados, 98 foram registados na região norte, 76 na região de Lisboa e vale do Tejo, e um caso na região do Algarve. A região Centro e o Alentejo não reportaram novos casos nas últimas 24 horas.
O sinal mais prevalente continua a ser a tosse (identificada por 42% dos casos infectados), seguido de febre e dores musculares.
A ministra de Saúde, Marta Temido, abriu a conferência de imprensa da DGS deste sábado notando que a taxa de letalidade por covid-19 em Portugal situa-se nos 4,1%, subindo para 15% em pessoas acima dos 70 anos. Das nove mortes registadas este domingo, oito tinham mais de 80 anos.
Da totalidade de casos confirmados, 83,8% estava em domicílio, 2,9% em internamento hospitalar, 2,5% em enfermaria de cuidados gerais e 0,4% nos cuidados intensivos. Ao todo, há 797 pessoas internadas (menos 18 do que no sábado), 112 das quais estão nos cuidados intensivos (menos 8 do que no sábado).
A região norte continua a ser a mais afectada pelo novo coronavírus, com 15.952 casos de infecção e 648 mortes. Na região de Lisboa e Vale do Tejo há 7242 casos de infecção e 243 óbitos e, no Centro, há 3581 casos e 216 mortes. O Algarve tem 346 casos e 13 óbitos. Já o Alentejo mantém 235 infectados e uma única morte registada. Os Açores têm 135 casos e 14 mortes e o arquipélago da Madeira soma 90 casos e continua sem registar nenhum óbito.
Lisboa continua a ser o concelho com mais casos (1735 infectados, no total). Segue-se Vila Nova de Gaia com 1453 casos e o concelho do Porto com 1300 casos confirmados.
Quando às vítimas mortais, a maioria (cerca de 87%) tem pelo menos 70 anos de idade.
Os dados da DGS dizem respeito aos casos registados na plataforma Sinave, o que corresponde a 88% dos casos confirmados.
Prioridade é testar
Desde o dia 1 de Março foram realizados mais de 532 mil testes de diagnóstico em Portugal. Nos dias 5, 6 e 7 de Maio, em particular, foram realizados mais de 15 mil testes para o novo coronavírus, avançou a ministra da Saúde Marta Temido.
“Tal como noutros países, a estratégia de desconfinamento está associada a uma lógica de testar, testar, testar”, frisou a ministra da Saúde. “Não só casos suspeitos e os seus contactos, mas testar grupos específicos localizados em determinados locais e estrutura que, pela sua especial sensibilidade, merecem maior atenção.” As creches e instituições residenciais de idosos, são exemplos deste tipo de locais.
A ministra da Saúde acrescentou que de 1 a 7 de Maio, para os casos registados com informação sobre local de infecção (46% do tal), 32% das infecções foram contraídas em ambiente de lares de idosos.
Dos restantes casos: 32% das infecções foram contraídas entre coabitantes, 19% das infecções foram contraídas em ambiente laboral, 7% em ambiente social, 4% de casos entre profissionais a trabalhar em lares de residentes de idosos, e 3% de casos em profissionais a trabalhar em ambientes de saúde.
A ministra da Saúde destacou ainda que a realização de testes a profissionais que trabalham em lares de idosos está quase concluída. Embora os testes tenham começado a ser feitos ao mesmo tempo, tiveram ritmos diferentes devido a limitações específicas às várias regiões.
Durante a conferência de imprensa, a directora-geral de Saúde, Graça Freitas, aproveitou para explicar que a criança internada com quadro inflamatório não tem síndrome de Kawasaki, uma reacção inflamatória rara que foi já identificada em crianças com covid-19 em países como o Reino Unidos, Itália, Espanha, e Suíça. Em Portugal, Graça Freitas diz que “não foram reportados casos adicionais compatíveis com este tipo de inflamação” e que a criança infectada com covid-19 “tem tido uma evolução favorável em relação ao seu estado clínico.”
Regras para creches, futebol, transporte e turismo
Quanto às creches, a ministra da Saúde anunciou que as regras “estão praticamente concluídas”, com o ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social a trabalhar nos detalhes finais.
“Estamos a trabalhar para garantir que os profissionais que regressem ao trabalho e que se identificam nos serviços de saúde estão a ser testados”, explicou Marta Temido.
“Não podemos prescindir de regras de controlo da infecção, mas temos de estar atentos à capacidade de implementação”, acrescentou, por sua vez, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, sobre a reabertura das creches notando que a exequibilidade é fundamental e é preciso “encontrar ponto de equilíbrio entre saúde e segurança.”
Questionada sobre os casos de infecção detectados em três jogadores do Vitória de Guimarães, Graça Freitas notou que é “difícil definir linhas vermelhas no futebol” e que a criação de medidas específicas irá depender do número de resultados positivos aos testes que estão a ser realizados. “Teremos de aguardar”, disse Graça Freitas. “Aguardamos os resultados e depois avaliaremos o risco.”
A directora-geral de Saúde também anunciou que as regras para os sectores dos transportes e do turismo estão a ser elaboradas e serão “afinadas” de acordo com as recomendações europeias. Uma das questões é o fluxo de movimento associado a estes sectores.
“Relativamente ao turismo, há várias coisas que têm de ser consideradas, e uma delas tem a ver com o fluxo de pessoas que, esperando que não seja muito grande, tem de ser controlado”, notou a directora-geral da Saúde. “Temos de compatibilizar fluxos de pessoas com regras sanitárias e de segurança que vamos ter de cumprir”.