Universitários de Aveiro ajudam alunos do ensino básico nos estudos
Projecto da Associação Académica da Universidade de Aveiro já conta com mais de 150 voluntários que se oferecem para ajudar alunos do ensino básico de Aveiro, Águeda e Oliveira de Azeméis. Também está a ser recolhido material tecnológico para doar aos estudantes mais carenciados.
A pandemia de covid-19 continua a marcar o final deste ano lectivo e, desta feita, são os estudantes da Universidade de Aveiro que se oferecem para ajudar os alunos com mais dificuldades. O projecto Aveiro É Nosso, da Associação Académica, está desde a semana passada a angariar voluntários de todas as faculdades para prestar apoio ao estudo gratuito à distância a crianças do 1.º ao 9.º ano que estudem em Aveiro, Águeda ou Oliveira de Azeméis – e também procuram material tecnológico para doar aos que mais precisem.
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A pandemia de covid-19 continua a marcar o final deste ano lectivo e, desta feita, são os estudantes da Universidade de Aveiro que se oferecem para ajudar os alunos com mais dificuldades. O projecto Aveiro É Nosso, da Associação Académica, está desde a semana passada a angariar voluntários de todas as faculdades para prestar apoio ao estudo gratuito à distância a crianças do 1.º ao 9.º ano que estudem em Aveiro, Águeda ou Oliveira de Azeméis – e também procuram material tecnológico para doar aos que mais precisem.
Ao P3, António Alves, presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), conta que há muito que o projecto criado em 2013, que “tem como principal objectivo a ligação entre os estudantes da universidade e as comunidades da cidade”, procurava aprofundar numa “vertente social que ainda não tinha sido explorada em pleno”. O foco estava traçado, mas foi a pandemia que deu o mote. “Chegou-nos feedback de que os jovens estavam a ter dificuldades no acompanhamento ao estudo durante esta transição para o ensino à distância e vimos aqui um espaço de actuação que poderíamos colmatar — assim se abriu a iniciativa de apoio ao estudo.” Uma ideia que também foi replicada por um outro grupo, o Universitários contra a Pandemia.
No projecto aveirense, os voluntários recebem directrizes e acompanhamento de professores do departamento de Educação e Psicologia; a componente científica “está na linha dos manuais utilizados pelas escolas em que os jovens estão inseridos, para não haver desalinhamento com a referência da aprendizagem”. António realça ainda que é um apoio “personalizado, particular e mais próximo”, mas que não procuram, “de alguma forma, conotá-lo como explicações": “É um esclarecimento de dúvidas, não queremos sobrepor-nos aos professores dos jovens”.
Actualmente, têm mais de 150 voluntários para 60 jovens à procura de apoio, “o que é um bom sinal”. “O curso com mais voluntários é Educação Básica e, em seguida, das diversas áreas das Ciências, de Matemática e do departamento de Línguas.” Jovens do 3.º ciclo têm-se revelado “o público-alvo”; quanto aos dos restantes ciclos, a AAUAv tem tentado chegar aos pais ou tutores das crianças, “uma vez que são quem procurarão o apoio”.
Em parceria com o Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro, é também possível doar dispositivos electrónicos antigos, como computadores e tablets, a alunos mais carenciados das três localidades, através da plataforma do projecto Aveiro É Nosso. Antes de chegar ao destinatário, voluntários da área de informática preparam o equipamento para que fique optimizado para o ensino à distância.
Para o futuro, há o plano de continuar as sessões de apoio ao estudo presencialmente, nos espaços da AAUAv, em sessões agendadas – “porque podemos ter aqui um papel de partilha de conhecimento”. “Quando começámos a pensar de que forma poderíamos iniciar projectos de cariz social, ficou muito claro que queríamos que o projecto que abraçássemos não morresse aqui”, diz António. “Está muito na linha da ligação, dos estudantes universitários às cidades. Temos uma oportunidade de retribuir a Aveiro aquilo que recebemos quando nos acolhe.”