Desconfinamento: preparar os pneus para as primeiras saídas

Um carro parado durante muito tempo não é o ideal para preservar os vários componentes. Com os pneus, há que ter cuidados extra.

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“Parados, os pneus estão basicamente com um armário às costas, o que, com o tempo, origina deformações que se irão sentir no rolamento.” Sérgio Azenha

Se é verdade que muita gente continuou a ter de sair de casa para trabalhar, muitos houve que estiveram em total isolamento nos últimos dois meses e que apenas retiraram o automóvel do lugar para uma saída ou outra absolutamente indispensável. E, ao contrário do que sucede com várias coisas, a falta de utilização não é boa para os componentes do veículo, nomeadamente para os pneus, que envelhecem mesmo parados — mais ou menos, dependerá de factores externos como a proximidade do mar, a exposição directa ao sol ou a poluição.

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Se é verdade que muita gente continuou a ter de sair de casa para trabalhar, muitos houve que estiveram em total isolamento nos últimos dois meses e que apenas retiraram o automóvel do lugar para uma saída ou outra absolutamente indispensável. E, ao contrário do que sucede com várias coisas, a falta de utilização não é boa para os componentes do veículo, nomeadamente para os pneus, que envelhecem mesmo parados — mais ou menos, dependerá de factores externos como a proximidade do mar, a exposição directa ao sol ou a poluição.

A solução poderia estar numa garagem, mas nem isso é garantia de segura conservação. “Basta que no mesmo espaço haja um motor eléctrico a funcionar, como acontece com uma arca frigorífica, para que seja libertado um gás que danifica as borrachas, pneus incluídos”, explicou à Fugas o director de marketing da Bridgestone, André Bettencourt.

Por isso, seja qual for o lugar em que o carro permaneceu durante este período com mais restrições aos movimentos, um dos primeiros elementos a verificar são precisamente os pneus — o componente mais desprezado do automóvel, queixam-se as várias marcas que os produzem, mas o único ponto de contacto do mesmo com o chão, que afecta o comportamento do carro em vários parâmetros, a começar pela segurança até ao prazer de fazer estrada.

O mais comum de observar é a perda de pressão, que “pode ocorrer por uma válvula mais ressequida”, por exemplo. Assim, o primeiro passo antes de acelerar estrada fora passa por verificar a pressão de todos os pneus, algo que deve fazer-se enquanto o mesmo se encontra frio, o que se consegue percorrendo com uma condução calma menos de cinco quilómetros. Porém, André Bettencourt chama a atenção para que se faça este processo numa oficina, “onde os manómetros são calibrados regularmente e o compressor purgado”. O primeiro permite obter a pressão exacta recomendada pela marca, enquanto o segundo não deixa que entre humidade para o interior do pneu.

Além da Bridgestone, outras marcas reconhecidas de pneus têm nos seus sites dicas para que não se caia na tentação de conduzir com pneus com pressão insuficiente — um detalhe que provoca a deterioração mais célere de algo cujos preços elevados aconselham a optar pela manutenção em vez de pela compra antes do tempo.

Já sobre as máquinas de self-service que existem em muitos postos de abastecimento, o mesmo responsável aconselha a observação do dístico de verificação do compressor antes de decidir pelo seu uso.

Mas não serão apenas os que agora começam a sair do confinamento que deverão tirar algum tempo para olhar pelos pneus. Quem continua em casa, nomeadamente pessoas inseridas em grupos de risco, deverá preocupar-se em pôr ar nos pneus. E, se for para não circular, optar por fazê-lo com a pressão aconselhada com carga. “Parados, os pneus estão basicamente com um armário às costas, o que, com o tempo, origina deformações que se irão sentir no rolamento.”