Covid-19: taxa de novos casos é a mais alta da última semana. Número recorde de recuperados

Há mais 15 mortos e 480 casos positivos. Esta é a taxa de crescimento de casos mais alta desde dia 30 de Abril, quando se registou um aumento diário de 2,2% dos casos. Há mais 333 recuperados do que na terça-feira: um recorde.

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Manuel Roberto

Portugal regista, nesta quarta-feira, 1089 mortes por covid-19, mais 15 do que na terça-feira, o que corresponde a um aumento de 1,39% face ao dia anterior. Quanto ao número de casos confirmados, contam-se 26.182, mais 480 do que na terça-feira, ou o equivalente a uma taxa de crescimento de 1,86%. Os dados constam no boletim epidemiológico desta quarta-feira da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

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Portugal regista, nesta quarta-feira, 1089 mortes por covid-19, mais 15 do que na terça-feira, o que corresponde a um aumento de 1,39% face ao dia anterior. Quanto ao número de casos confirmados, contam-se 26.182, mais 480 do que na terça-feira, ou o equivalente a uma taxa de crescimento de 1,86%. Os dados constam no boletim epidemiológico desta quarta-feira da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Esta é a taxa de crescimento de novos casos mais alta desde 30 de Abril, quando se registou um aumento diário de 2,2% dos casos. 

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Há 2076 pessoas recuperadas, depois de um teste negativo (se estiverem a ser tratadas em casa) ou dois (se estiverem internadas num hospital). São mais 333 do que na terça-feira e é um número recorde. A última vez que se registou um número tão alto foi a 21 de Abril, quando se registaram 307 recuperados num só dia.

Há 838 pessoas internadas, 139 delas nos cuidados intensivos — são mais 20 pessoas internadas e cinco entradas nas unidades de cuidados intensivos do país em 24 horas. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, 84,7% dos doentes com covid-19 está a ser tratado em casa. A percentagem de pessoas em internamento é de 3,2%, das quais 0,5% em unidades de cuidados intensivos e 2,7% em enfermaria.

A taxa de letalidade global é de 4,2%, de acordo com o secretário de Estado da Saúde, mas sobe acima dos 70 anos e situa-se, nesta quarta-feira, nos 15%. Das 1089 vítimas, 950 tinham mais de 70 anos.

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A região mais afectada continua a ser o Norte, com 15.256 casos positivos contabilizados desde Março e 623 mortes. A segunda região mais afectada é Lisboa e Vale do Tejo com 6641 casos confirmados e 226 mortes.

As regiões menos afectadas continuam a ser o Alentejo e a Madeira. No Alentejo contam-se 220 casos confirmados e um morto e na Madeira há 86 casos confirmados, sem mortes.

Quanto à informação por concelhos, fica a saber-se que Lisboa é o local onde se concentram mais casos positivos (1627), seguida de Vila Nova de Gaia (1425) e Porto (1266).

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Desde o dia 1 de Março, foram realizados mais de 471 mil testes de diagnóstico à covid-19 em Portugal, informou o secretário de Estado da saúde. Destes, 46,5% foram realizados em laboratórios públicos, 42,5% em laboratórios privados e 11% noutros laboratórios da academia ou militares.

De 1 a 4 de Maio, terão sido realizados, em média, 10.700 testes por dia. No entanto, António Lacerda Sales sublinha que “estes dados não estão ainda confirmados”.

Instituto Ricardo Jorge lidera estudo para sequenciar mil genomas do SARS-CoV-2

Depois de salientar que “os nossos cientistas não se limitam a fazer testes”, o secretário de Estado da Saúde destacou que “o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge [INSA] está a liderar um estudo de âmbito nacional”, em parceria com o Instituto Gulbenkian da Ciência e o Instituto de Investigação e Inovação e Saúde e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, “para sequenciar mil genomas”, ou seja, “descodificar a impressão digital de cada coronavírus que infectou os portugueses” e analisar a sua transmissão.

“Um trabalho muito importante que envolve laboratórios de todo o país”, disse, acrescentando que os cientistas esperam ter “450 genomas sequenciados até ao final da semana”.

INSA já encontrou 150 mutações deste coronavírus

O presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Fernando Almeida, que marcou presença esta quarta-feira na conferência de imprensa diária sobre a actual situação da pandemia de covid-19, referiu que “até agora, temos estado debruçados sobre a resposta a dar ao coronavírus, focados no diagnóstico e resolução da epidemia”. Mas agora “é tempo de irmos em busca daquilo que o coronavírus nos pode dar em termos de resposta”, disse.

Segundo Fernando Almeida, “a sequenciação do genoma tem em vista percebermos a impressão digital deste coronavírus e perceber se, desde que saiu da China, o coronavírus é o mesmo ou se tem outras linhas” e “identificar, clara e inequivocamente, a linha de transmissão de um doente infectado”. O objectivo é perceber “onde emergiu o surto, de onde veio” e adaptar a actuação das autoridades de saúde aos resultados.

Já conseguimos encontrar 150 mutações deste coronavírus, desde que saiu de Wuhan até que chegou a Portugal. Ele próprio já se alterou no seu genoma”, disse Fernando Almeida, salientando a importância desta análise para compreender a severidade da patologia. “Importa perceber se há linhagens mais severas e agressivas e que constituem motivo de maior atenção (…) e até que ponto conseguimos encontrar dentro destas linhagens um ponto comum que possa facilitar a criação de uma vacina”, concluiu.

Fernando Almeida referiu ainda que “o actual conhecimento científico é ínfimo em relação àquilo que o coronavírus nos pode dizer” e salientou que “não podemos confundir estirpe com linhagem”. “As estirpes existem, que se saiba, sete. As linhagens é que têm várias alterações no seu genoma”, afirmou, salientando que foram identificadas, até ao momento, em Portugal “150 linhagens diferentes, mas sempre da mesma estirpe”.

Convívio pessoal entre avós e netos?

No encontro com os jornalistas, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, deu recomendações para avós e netos. Pode haver convívio pessoal? Tudo depende do “tipo de avós que estamos a falar”, respondeu.

“Há avós jovens, sem factores de risco e aí a convivência é no âmbito do agregado familiar e não envolve nenhum risco acrescido. Se os avós tiverem uma idade avançada, nomeadamente 65 ou mais anos, e patologia associada, aqui sim, tem de haver precaução”, referiu, sublinhando a importância da “protecção dos mais vulneráveis”.

“Não há motivo para que os pais não deixem os filhos ir à escola”

“Quero dizer a todos os pais, alunos, professores, auxiliares e a toda a comunidade escolar e educativa que o regresso às aulas está a ser ponderado para garantir a segurança de todos”, começou por referir a directora-geral da Saúde, depois de questionada sobre o regresso às escolas.

Graça Freitas salientou que “não há risco zero em nada”, mas garantiu que as autoridades estão a planear “um conjunto de regras para minimizar o risco”. Risco este que, disse, depende “das condições em que as aulas vão ser retomadas, nomeadamente do edificado, dos equipamentos, da organização das aulas, do contacto entre alunos e dos espaços”.

“É uma série de medidas que tem que ver com a organização do ambiente escolar e outro grupo de medidas que tem que ver com os comportamentos. Um jovem tanto pode ter um comportamento seguro fora do ambiente escolar como ter um comportamento seguro dentro da escola”, disse, afirmando que este regresso ter-se-á de fazer “de forma ordeira e respeitando as regras”.

O objectivo é “evitar ao máximo a transmissão directa do novo coronavírus, através de gotículas, e a indirecta, através das superfícies”. “Devemos voltar às aulas com toda a confiança, desde que se garanta que todos nós vamos contribuir para este esforço de nos mantermos afastados”, afirmou Graça Freitas, destacando ainda a importância da higienização das mãos, da etiqueta respiratória e da utilização de máscara “como barreira entre nós e o outro”. “Mas o uso de máscara não leva a que as pessoas convivam frente-a-frente e de perto”, notou, acrescentando que “o risco de voltar para a escola é o risco de viver em comunidade”.

“Não há motivo para que os pais não deixem os filhos ir à escola”, concluiu, sublinhando que “temos de nos habituar a viver com esta nova realidade” e de “aprender a minimizar o risco”.

Notícia corrigida: Não se trata do maior aumento em duas semanas, como inicialmente constava da notícia, mas sim da última semana. O PÚBLICO lamenta este erro.