Concurso de 1,5 milhões para investigação social estende-se a Portugal
Competição, lançada pela Fundação La Caixa, está aberta a todos os investigadores, já com doutoramento, que trabalham em Portugal e Espanha.
A Fundação La Caixa, dona do CaixaBank e do BPI, estendeu a Portugal a convocatória para o concurso de investigação social. Até 20 de Maio, os investigadores que trabalham na Península Ibérica podem apresentar as suas propostas. Há um bolo de 1,5 milhões de euros a distribuir pelos 15 vencedores.
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A Fundação La Caixa, dona do CaixaBank e do BPI, estendeu a Portugal a convocatória para o concurso de investigação social. Até 20 de Maio, os investigadores que trabalham na Península Ibérica podem apresentar as suas propostas. Há um bolo de 1,5 milhões de euros a distribuir pelos 15 vencedores.
“O que queremos é captar o interesse de investigadores que tenham projectos de excelência”, adianta Artur Santos Silva, responsável pelos programas na Fundação La Caixa em Portugal, numa conversa telefónica. Activos, com doutoramento e pelo menos um artigo publicado numa numa prestigiada revista de divulgação científica. Não terão de ser portugueses ou espanhóis, mas os seus projectos terão de ser desenvolvidos em instituição de investigação sem fins lucrativos, como universidades e centros de investigação, com sede em Portugal ou Espanha.
Há tendência para canalizar financiamento para as chamadas ciência duras, a tecnologia, a engenharia e a matemática, nota Artur Santos Silva. “A investigação noutras áreas não encontra canais tão abertos.” Este concurso e investigação social, que arrancou no ano passado em Espanha, tenta contrariar esse padrão.
Segundo explicou, os projectos devem apoiar-se em factos, utilizar métodos quantitativos, centra-se em Portugal ou Espanha, ter uma duração prevista de dois anos. E destacar-se pela “abordagem original e inovadora dos grandes desafios emergentes”, de modo a “influenciar decisores”. A ideia é, pois, criar condições para aumentar a produção de conhecimento científico, no pressuposto de que ajudará a fundamentar políticas mais eficazes.
No ano passado, quando só Espanha entrava no concurso, venceram projectos relacionados com serviço domiciliário a idosos, desigualdade de género no sector das novas tecnologias da comunicação e da informação, exposição infantil à poluição, violência doméstica, por exemplo. Este ano, espera-se que existam propostas sobre o impacto da pandemia de covid-19, mas não exclusivamente.
“Portugal tem os seus problemas específicos”, reconhece o jurista, com uma longa carreira de administração de empresas. “A desigualdade social e a pobreza estão à cabeça. E os dois pólos: os mais velhos e os mais novos”, uns e outros mais afectados pela pobreza e pela exclusão.
A fundação começou por fazer um acordo com a Universidade Nova de Lisboa para, durante três anos, financiar investigação social. E outro com a Nova School of Business & Economics, com um programa que envolve um balanço social anual do país e uma base de dados pública capaz de fazer o retrato do sector social em Portugal. “Este programa é mais abrangente, aberto a todos os investigadores do sector social”, resume.