Layoff e suspensão de trabalho atingiram 68,3 mil no arranque da pandemia
População empregada tem a maior quebra desde 2013 no primeiro trimestre deste ano, que já dá conta de um impacto parcial da pandemia. A taxa de subutilização do trabalho apurada pelo INE atinge os 12,9%.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que 9,3% da população empregada esteja ausente do trabalho. No boletim com as estatísticas trimestrais de desemprego, centradas no trimestre terminado em Março, e que já sinaliza o impacto trazido pela pandemia de covid-19, o INE refere que 452,1 mil pessoas empregadas se declararam ausentes do trabalho — o que significa um aumento de 33% (112,2 mil) em relação ao trimestre anterior.
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O Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que 9,3% da população empregada esteja ausente do trabalho. No boletim com as estatísticas trimestrais de desemprego, centradas no trimestre terminado em Março, e que já sinaliza o impacto trazido pela pandemia de covid-19, o INE refere que 452,1 mil pessoas empregadas se declararam ausentes do trabalho — o que significa um aumento de 33% (112,2 mil) em relação ao trimestre anterior.
“Este aumento ficou a dever-se essencialmente à redução ou falta de trabalho por motivos técnicos ou económicos da empresa (inclui a suspensão temporária do contrato e o layoff), razão apontada por 68,3 mil daquelas pessoas”, esclarece o INE.
Esta é a primeira vez que o INE se refere a estes números, num boletim onde são encontrados já vários indicadores que permitem continuar a determinar o impacto que a pandemia de covid-19 — e as medidas que determinaram o seu combate e mitigação — está a ter em vários sectores da economia. Esse impacto não é ainda visível na taxa de desemprego propriamente dita do primeiro trimestre — e que é de 6,7%, valor igual ao apurado no trimestre anterior — sobretudo por questões de ordem técnica.
O facto de as pessoas não se estarem a inscrever nos centros de emprego, nem a sinalizarem a procura activa de trabalho, acaba por ter impacto nestes resultados. No trimestre terminado em Março, o INE estima que a população desempregada seja de 348,1 mil pessoas. Mas a população inactiva também teve o maior aumento ocorrido num primeiro trimestre desde 2011. O INE estima que a população inactiva seja de 3676,4 mil pessoas, um aumento de 1,9% (67,8 mil) relativamente ao trimestre anterior, e de 1,4% (49,7 mil) em relação ao trimestre homólogo.
Relativamente à taxa de subutilização do trabalho, o INE apurou um aumento de 2,5% (16,7 mil pessoas), estando agora a abranger uma população de 694,7 mil pessoas. A taxa de subutilização do trabalho está agora apontada nos 12,9%. Este indicador agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inactivos à procura de emprego mas não disponíveis e os inactivos disponíveis mas que não procuram emprego.