Covid-19: Fundação Champalimaud lidera consórcio internacional de investigação

Centros de cancro e de doenças infecciosas vão trabalhar em conjunto em desenvolvimentos clínicos contra o novo coronavírus.

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Fundação Champalimaud, em Lisboa daniel rocha

A Fundação Champalimaud lidera um consórcio internacional de investigação clínica cujo objectivo é compreender melhor a natureza da covid-19 e desenvolver um tratamento para esta doença que já matou 251 mil pessoas e infectou cerca de 3,6 milhões.

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A Fundação Champalimaud lidera um consórcio internacional de investigação clínica cujo objectivo é compreender melhor a natureza da covid-19 e desenvolver um tratamento para esta doença que já matou 251 mil pessoas e infectou cerca de 3,6 milhões.

O consórcio vai juntar equipas de investigadores de Portugal, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Irlanda, Arábia Saudita, Sudão e Estados Unidos, aliando a investigação clínica em cancro e em doenças infecciosas, segundo um comunicado da Fundação Champalimaud. Além da undação Champalimaud, a parceria conta também com a University College de Londres, o Instituto francês Gustave Roussy, o Centro de Medicina Experimental da Queen's University de Belfast e o Centro de Doenças Infecciosas de Roma, entre outros. Centros de cancro e de doenças infecciosas vão assim trabalhar em conjunto em desenvolvimentos clínicos com o objectivo de mudar o rumo da covid-19.

As abordagens imunológicas na vacinação, na gestão clínica e na terapia biológica e celular do cancro e das doenças infecciosas têm vários aspectos em comum, sublinha o comunicado. “Uma interface estruturada e aberta com troca de dados clínicos, desenvolvimento de estudos clínicos e conceitos de tratamento beneficiará ambos os campos, a imunoterapia oncológica e as terapias direccionadas ao hospedeiro, nas quais a resposta imunitária do paciente é manipulada activamente para alcançar um resultado mais favorável”, acrescenta-se.

O consórcio está aberto à adesão de outros participantes que subscrevam a partilha de conhecimentos de investigação especializada, bem como a promoção activa de conceitos clínicos promissores estando previsto para breve uma página de Web, onde será disponibilizada informação sobre projectos, organizações envolvidas e indicações sobre como outras entidades se podem juntar a esta iniciativa.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 250 mil mortos e infectou cerca de 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados. Em Portugal, morreram 1074 pessoas das 25.702 confirmadas como infectadas, e há 1.743 casos recuperados, de acordo com a Direcção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4500 milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando sectores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.