Covid-19: há mais 20 mortos e 242 casos em Portugal
Nesta segunda-feira estavam internadas 813 pessoas, 143 em unidades de cuidados intensivos. Contam-se ainda 1712 pessoas dadas como recuperadas.
Portugal regista, nesta segunda-feira, 1063 mortos por covid-19 — são mais 20 do que no domingo e que corresponde a uma taxa de crescimento de 1,9%. Estes dados foram revelados no último boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
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Portugal regista, nesta segunda-feira, 1063 mortos por covid-19 — são mais 20 do que no domingo e que corresponde a uma taxa de crescimento de 1,9%. Estes dados foram revelados no último boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Quanto ao número de casos positivos, registaram-se, desde o início da pandemia, 25.524 casos confirmados, mais 242 nas últimas 24 horas, o equivalente a um aumento de 0,95%.
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Nesta segunda-feira estavam internadas 813 pessoas, 143 em unidades de cuidados intensivos. De acordo com o secretário de Estado da saúde, António Lacerda Sales, pelo menos 85,9% dos doentes estão a ser tratados em casa.
A taxa de letalidade da global da doença é de 4,2%, de acordo com António Lacerda Sales, na conferência de imprensa diária. Acima dos 70 essa taxa sobe: actualmente é de 14,9%.
Observando os dados por regiões, verifica-se que a região norte é a que soma mais casos desde o início da pandemia em Portugal: são 15.141 e 609 mortes. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo, com 6136 casos positivos e 218 mortes.
No extremo oposto estão as regiões do Alentejo e Madeira. A primeira tem 218 casos confirmados e apenas uma morte; a segunda tem 86 casos e nenhuma morte.
Também os Açores registam um número reduzido de casos confirmados de infecção (são 132) e 13 mortos, todos na ilha de São Miguel. A região autónoma decidiu aliviar as medidas de confinamento de forma progressiva, sendo que esta segunda-feira as Flores, Corvo e Santa Maria retomaram as consultas assim como o transporte marítimo entre as ilhas mais a ocidente.
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Olhando para a informação sobre os concelhos que consta no boletim da DGS, percebe-se que Lisboa continua a ser o concelho mais afectado, com 1567 casos positivos, seguido de Vila Nova de Gaia, com 1418 casos positivos e do Porto, com 1258 casos.
Doentes recuperados podem dar plasma
Contam-se ainda 1712 pessoas dadas como “curadas”. Para que uma pessoa seja dada como “curada” tem de ter pelo menos um teste negativo e estar assintomática (caso esteja a ser tratada em casa) ou dois testes negativos (caso esteja internada).
Durante a conferência de imprensa diária para fazer a actualização dos casos, a presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), Maria Antónia Escoval, revelou que alguns países europeus, como Espanha, Itália, França, Bélgica, Alemanha ou Holanda, estão já a desenvolver ensaios com plasma convalescente, e que a terapêutica foi usada nos EUA — e na China, como referiu anteriormente o secretário de Estado da Saúde, salientando os resultados positivos. O método foi também recomendado pela Organização Mundial de Saúde e pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).
Maria Antónia Escoval explicou que o IPST desenvolveu um procedimento que envolve a selecção dos dadores, ou seja, dos doentes recuperados, a colheita, a análise, o processamento e a distribuição deste plasma através dos serviços de imunoterapia dos hospitais. “Estarão envolvidos nesta colheita, para além dos três centros de sangue e de transplantação do IPST, mais sete serviços em hospitais portugueses. Relativamente ao recrutamento destes dadores, como sabem a dádiva de sangue em Portugal é anónima, benévola e voluntária e portanto estará disponível a partir de hoje um link no site o IPST onde os doentes recuperados podem disponibilizar-se para fazer a sua dádiva de plasma convalescente”, explicou.
Em relação aos ensaios clínicos, Maria Antónia Escoval avançou que foi esta segunda-feira nomeado um grupo de trabalho que envolve várias entidades. “Este grupo de trabalho irá definir os critérios mínimos de inclusão nestes ensaios clínicos e tudo o restante que envolve esta terapêutica, nomeadamente volumes a transfundir e doentes a incluir nestes ensaios”, explicou.
Noutra linha, Maria Antónia Escoval pediu também aos portugueses que não deixassem de dar sangue. Embora o instituto tenha sido capaz de manter as reservas estratégicas de sangue e de componentes sanguíneos em níveis “muito estáveis” durante os meses de Março e Abril, a actividade clínica nos hospitais vai ser reiniciada e, como tal, a responsável deixou um apelo a potenciais dadores de sangue para que exerçam o “dever de cidadania para com aqueles que são mais vulneráveis”.
Cerca de 450 mil testes desde 1 de Março
O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, avançou esta segunda-feira em conferência de imprensa que desde o dia 1 de Março, foram realizados cerca de 450 mil testes diagnósticos à covid-19 em Portugal. “O último dia de Abril foi o dia com mais testes realizados desde o início da pandemia, mais de 16.200 testes”, disse.
António Lacerda Sales revelou ainda que durante o mês de Abril foram feitos cerca de 11 mil e quinhentos testes por dia, sendo que 46% desde foram realizados em laboratórios públicos, 43% os privados e quase 11% nos laboratório militares. “Este esforço conjunto e o envolvimento de todos tem sido crucial para que Portugal tenha conseguido aumentar a sua capacidade de testagem para níveis que nos devem deixar a todos satisfeitos”, referiu o secretário de Estado da Saúde.
Questionado sobre o número de testes que foram realizados este sábado e domingo, o secretário de Estado da Saúde disse, numa primeira resposta, que não era possível precisar esses números, mas avançou que Portugal está a fazer “muito mais” testes. “Temos, em testes acumulados, 448 mil testes. Em testes por milhão de habitantes, 41.860. Só estamos atrás de países como Luxemburgo, a Lituânia, Chipre, Malta, pequenos países, e, portanto, há uma capacidade de fazer testes muito reforçada”, explicou António Lacerda Sales.
Ainda assim, já no fim da conferência de imprensa, António Lacerda Sales disse já ter conseguido obter a informação dos testes realizados no fim-de-semana e explicou que no sábado foram realizados 10.400 testes (faltando ainda apurar os resultados de três laboratórios) e no domingo 5500 (faltando ainda apurar 12 laboratórios). No feriado do 1.º de Maio, o secretário de Estado da Saúde afirmou que foram realizados 12.500 testes (faltando ainda apurar dois laboratórios).
O secretário de Estado da Saúde avançou que existem, até à data, mais de 175 mil utentes inseridos no Trace Covid-19, cidadãos que foram acompanhados ou que estão ainda em acompanhamento em casa pelo seu médico de família no âmbito da pandemia.
“Começou hoje o primeiro dia de desconfinamento, mas contamos já com mais de 60 dias a conviver com a covid-19. A economia reabre paulatinamente a partir de hoje à sociedade. Temos de continuar, porém, a manter a porta de transmissão do vírus completamento fechada. Está em cada um de nós. Continuamos a confiar na responsabilidade dos portugueses dentro e fora de casa”, avançou o secretário de Estado da Saúde, pedindo ainda à população que continue a manter e a reforçar o distanciamento físico e a lavagem frequente das mãos.
António Lacerda Sales revelou também que a linha de aconselhamento psicológico do SNS24 já recebeu mais de 200 chamadas e a linha de atendimento para surdos, disponível desde o dia 21 de Abril, já atendeu 30 pessoas através de videochamadas.
Em todo o mundo, registou-se, desde o início da pandemia, mais de 3,5 milhões de casos positivos, de acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins, EUA. Desde Dezembro, somam-se mais de 250 mil mortes devido ao vírus e mais de um milhão de pessoas já conseguiram recuperar da doença globalmente.