Resposta global: trabalhar em conjunto para melhorar o mundo
O nosso objetivo é simples: neste dia 4 de maio queremos angariar, numa conferência de doadores realizada através da Internet, um montante inicial de 7,5 mil milhões de euros destinado a colmatar o défice de financiamento no combate à pandemia. Este é o mundo contra a covid-19. Juntos vamos ganhar.
“O acaso só favorece as mentes preparadas” foi o lema de Louis Pasteur, um dos maiores cientistas mundiais e o cérebro por detrás de vacinas e descobertas revolucionárias que salvaram milhões de vidas desde o século XIX até aos nossos dias.
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“O acaso só favorece as mentes preparadas” foi o lema de Louis Pasteur, um dos maiores cientistas mundiais e o cérebro por detrás de vacinas e descobertas revolucionárias que salvaram milhões de vidas desde o século XIX até aos nossos dias.
Tal como aconteceu nessa altura, o mundo está hoje confrontado com um vírus que atravessa fronteiras, invade os nossos lares e parte os nossos corações. Este vírus provocou a devastação e a dor pelos quatro cantos da Terra, impedindo-nos de estar perto dos nossos entes queridos, tirando-nos a alegria das pequenas coisas e afastando-nos dos lugares que amamos.
Este sacrifício, e o esforço heroico dos profissionais de saúde de todo o mundo, ajudaram a infletir a tendência em muitos países. Enquanto alguns saem cautelosamente do confinamento, outros estão ainda isolados, com grandes limitações na vida social e económica. As consequências poderão ser especialmente dramáticas em África e, em geral, no hemisfério Sul.
Mas o que todos temos em comum é que nenhum de nós pode realmente alvitrar ou planear com muita certeza o que o futuro da pandemia efetivamente nos reserva.
Isto significa que todos estamos implicados. Ninguém está imune à pandemia e nenhum de nós pode derrotar o vírus sozinho. De facto, ninguém estará seguro até que todos estejamos seguros — em todas as aldeias, vilas, cidades, regiões e países do mundo. No nosso mundo interligado, o sistema de saúde mundial é tão forte como a sua parte mais fraca. Para estarmos protegidos, temos de nos proteger uns aos outros.
Tudo isto representa um desafio único e verdadeiramente global e é imperativo criarmos as melhores oportunidades para o enfrentar. Temos de reunir as melhores mentes do mundo ― e as mais bem preparadas ― para encontrar as vacinas, tratamentos e terapias de que precisamos para que o nosso mundo volte a ser saudável, reforçando simultaneamente os sistemas de saúde que os disponibilizarão a toda a população, com especial atenção para África.
Baseamo-nos no compromisso assumido pelos líderes do G20 em desenvolver uma resposta maciça e coordenada ao vírus. Apoiamos o apelo à ação da Organização Mundial da Saúde e de outros intervenientes mundiais no âmbito da saúde. Por este motivo, lançámos recentemente uma plataforma de cooperação global (denominada “acelerador do acesso aos instrumentos covid-19”, ou ACT) para acelerar e intensificar a investigação, o desenvolvimento, o acesso e a distribuição equitativa da vacina e de outros meios terapêuticos e de diagnóstico, fundando uma verdadeira aliança internacional para lutar contra a covid-19.
Estamos determinados a trabalhar com todos os que partilham o nosso empenhamento na cooperação internacional. Estamos dispostos a liderar e apoiar a resposta global.
O nosso objetivo é simples: no dia 4 de maio queremos angariar, numa conferência de doadores realizada através da Internet, um montante inicial de 7,5 mil milhões de euros (8 mil milhões de dólares) destinado a colmatar o défice de financiamento estimado, entre outros, pelo Conselho de Monitorização da Preparação Global.
Vamos todos colocar os nossos compromissos sobre a mesa e orgulha-nos que parceiros de todo o mundo se juntem a nós. Os fundos angariados vão iniciar uma cooperação global sem precedentes entre cientistas e reguladores, indústria e governos, organizações internacionais, fundações e profissionais de saúde. Apoiamos a Organização Mundial da Saúde e apraz-nos unir forças com organizações experientes, como a Fundação Bill e Melinda Gates ou o Wellcome Trust.
Cada cêntimo angariado será canalizado essencialmente através de organizações de saúde reconhecidas a nível mundial, como a Coligação para a Inovação na Preparação para Epidemias (CEPI), a Aliança Mundial para a Vacinação e a Imunização (GAVI), o Fundo Mundial e a UNITAID, tendo como objetivo o desenvolvimento e a disseminação, o mais rapidamente possível e para o maior número de pessoas, dos diagnósticos, tratamentos e vacinas que ajudarão o mundo a superar a pandemia. Se conseguirmos desenvolver uma vacina produzida pelo mundo, e para o mundo, será este um bem público mundial único do século XXI. Com os nossos parceiros, comprometemo-nos a disponibilizá-la, acessível e a preços comportáveis para todos.
Este é o dever da nossa geração e sabemos que o podemos cumprir. As tecnologias de saúde de alta qualidade e baixo custo não são um sonho. E já vimos como as parcerias público-privadas conseguiram disponibilizar muitas vacinas para salvar as vidas dos mais pobres nas últimas duas décadas.
Sabemos que a corrida será longa. A partir de hoje, vamos “sprintar” até à primeira meta, mas estamos prontos para uma maratona. Este primeiro objetivo vai cobrir apenas necessidades iniciais: o fabrico e a distribuição de medicamentos à escala mundial precisam de recursos muito acima desta primeira etapa.
Em conjunto, temos de garantir que os recursos continuarão a ser mobilizados e que serão realizados progressos para alcançar o acesso universal à vacinação, ao tratamento e aos testes.
O momento é decisivo para a comunidade mundial. Ao aliarmo-nos agora em torno da ciência e da solidariedade, lançamos as sementes para uma maior unidade no futuro. Guiados pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, podemos redesenhar o poder da comunidade, da sociedade e da colaboração mundial para garantir que ninguém fica para trás.
Este é o mundo contra a covid-19. Juntos vamos ganhar.
Giuseppe Conte, presidente do Governo italiano; Emmanuel Macron, Presidente de França; Angela Merkel, chanceler da República Federal da Alemanha; Charles Michel, presidente do Conselho Europeu; Erna Solberg, primeira-ministra da Noruega; Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia