Yaris Cross, a investida da Toyota nos SUV urbanos chega em 2021

A comercialização só deverá arrancar no próximo ano, mas já se sabe quase tudo sobre o mais pequeno SUV da Toyota, idealizado, projectado e construído para e na Europa.

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Estava tudo a postos para que fosse uma das estrelas do Salão Automóvel de Genebra. Mas o novo coronavírus trocou as voltas ao mundo e aos planos de toda a gente, e — ao contrário de vários emblemas, que avançaram de imediato para apresentações virtuais — a revelação do pequeno SUV inspirado no Yaris foi adiada, comunicou a marca na altura, para data a anunciar “nas próximas semanas ou meses”.

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Estava tudo a postos para que fosse uma das estrelas do Salão Automóvel de Genebra. Mas o novo coronavírus trocou as voltas ao mundo e aos planos de toda a gente, e — ao contrário de vários emblemas, que avançaram de imediato para apresentações virtuais — a revelação do pequeno SUV inspirado no Yaris foi adiada, comunicou a marca na altura, para data a anunciar “nas próximas semanas ou meses”.

Até que, ao terceiro estado de emergência, a revelação por streaming aconteceu: o Yaris Cross marca a entrada da Toyota no subsegmento dos SUV utilitários, com um carro desenvolvido e desenhado a pensar no cliente europeu e que será construído na fábrica da chancela nipónica em Valenciennes, no Norte de França. A chegada aos mercados só acontecerá em 2021 e ainda não há quaisquer indicações sobre os valores a que se irá transaccionar, mas a Toyota aponta para um objectivo de vendas de 150 mil unidades no próximo ano.

“A Europa é um mercado muito importante para nós e incorporámos elementos neste carro que acreditamos ser do agrado do cliente alvo”, notou ao PÚBLICO o engenheiro-chefe responsável por este projecto, Yasunori Suezawa. “A maior preocupação foi manter o tamanho dentro do segmento B e a segunda passou por, não mexendo no facto de ser compacto, criar um carro cheio de estilo”, enumerou.

Para a Toyota, o Yaris Cross responde ao desafio de aliar um urbano de excelência (indo buscar a experiência do utilitário) a atributos capazes de o fazer ir mais longe em viagens de lazer, inspirando-se para tal na tradição do RAV4, que alia herança (é produzido ininterruptamente desde 1994, indo na quarta geração) a uma boa performance de vendas: entre os SUV, foi número um no mundo em 2019.

Design sem compromisso

O Yaris Cross é descrito pelo director-geral de design do estúdio europeu da Toyota, Lance Scott, como um carro que não obriga a escolher entre duas coisas. “Quando iniciámos este processo, compreendemos que, embora o estilo seja a primeira razão de compra no segmento B-SUV, os clientes também estavam interessados em ter um elevado nível de praticabilidade”, refere, citado em comunicado. Por isso, desenhar o Yaris Cross foi um desafio: “Não é fácil conciliar as coisas, especialmente num pacote compacto.”

Mas foi isso que, clamam agora, terão conseguido. “Sem obrigar a um compromisso”, a Toyota explica ter criado um automóvel que, por exemplo, é tão espaçoso quanto prático, facto que se comprova pela introdução da abertura sem mãos do porta-bagagem (passando o pé sob a carroçaria) ou pela inclusão na mala de fitas de segurança, cuja utilização permite transportar objectos e sacos sem que estes andem aos trambolhões nas curvas. E, mesmo com excesso de bagagem, há forma de seguir viagem: basta baixar o chão da bagageira, criando mais espaço para as malas. De notar ainda que o porta-bagagem pode crescer com o rebatimento — individual, sublinhe-se — dos bancos traseiros.

Robusto e minimalista, em linha com os gostos europeus, o pequeno SUV notabiliza-se por linhas fortes e bem vincadas e por uma altura ao solo bem pronunciada por um reforço de plástico a negro, que também emoldura as imponentes cavas das rodas. Na fotografia, marcam pontos as estilizadas jantes em liga leve de 18 polegadas.

A importância da eficiência 

​Não foi só o gosto europeu que foi analisado. As necessidades de quem habita num país da Europa, onde se encontram algumas das mais restritivas políticas em matéria de emissões de gases poluentes, não puderam ser esquecidas. “A eficiência dos consumos é muito importante para o mercado europeu”, sublinhou à Fugas Yasunori Suezawa.

E, há 23 anos a apostar nas motorizações híbridas, a Toyota parece ainda não estar preparada para se declarar satisfeita com o que já conseguiu até aqui. Prova disso é a introdução da quarta geração da sua tecnologia híbrida, com a qual, afirma, conseguiu ainda melhor eficiência nos consumos, ao mesmo tempo que garante ter conseguido um carro reactivo com uma resposta suave. Características essenciais para um pequeno SUV que quer reclamar as urbes como o seu habitat natural.

Para tal, introduz um bloco 1.5 de 3 cilindros de ciclo Atkinson que conjuga com um engenho eléctrico capaz de desenvolver 59 kW, alimentado por uma bateria de iões de lítio. Em conjunto, os propulsores debitam 85 kW ou 116cv, com emissões de CO2 abaixo dos 90 g/km. Isto para o carro de tracção apenas dianteira. Porque, ao mesmo tempo que investiu nas habilidades deste carro para calcorrear a cidade, a Toyota decidiu que, sendo um SUV, o mesmo não ficaria votado a circular apenas no asfalto. É aqui que entra a tecnologia de tracção às quatro rodas inteligente, AWD-i, que aumenta emissões (menos de 100 g/km), mas que permite aventuras mais atrevidas no off-road.

Em qualquer um dos mundos, este Cross vale-se dos benefícios de assentar na mesma plataforma do Yaris, que lhe permite apresentar uma elevada rigidez torcional e um centro de gravidade baixo, o que, num equilibrado chassis, permite reclamar uma condução natural e fácil, que, afirma a Toyota, se distingue pela “estabilidade, agilidade, conforto, precisão da direcção e pouco adorno”.