Espanha e França registam quedas no PIB superiores a 5% no primeiro trimestre
Economias não resistem a confinamento aplicado no final do trimestre passado e caem ao ritmo mais alto em décadas. Segundo trimestre poderá ser ainda pior.
Apesar de os dois primeiros meses do ano até terem sido positivos e de as medidas de confinamento apenas terem começado a ser aplicadas nas duas últimas semanas de Março, duas das principais economias europeias, a espanhola e a francesa, registaram durante o primeiro trimestre deste ano as suas maiores contracções desde meados do século passado.
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Apesar de os dois primeiros meses do ano até terem sido positivos e de as medidas de confinamento apenas terem começado a ser aplicadas nas duas últimas semanas de Março, duas das principais economias europeias, a espanhola e a francesa, registaram durante o primeiro trimestre deste ano as suas maiores contracções desde meados do século passado.
Em Espanha, de acordo com a estimativa provisória apresentada esta quinta-feira pela autoridade estatística do país, o PIB registou, durante os primeiros três meses do ano, uma variação negativa de 5,2% face ao trimestre imediatamente anterior. A variação face ao período homólogo foi de 4,1%, uma travagem brusca da economia que nos últimos meses de 2019 crescia a um ritmo de 1,8%.
Em França, o PIB recuou 5,8% face ao trimestre anterior, colocando a segunda maior economia da zona euro em situação de recessão técnica, já que no último trimestre de 2019 já se tinha verificado uma contracção (de 0,1%).
Os dados das economias espanhola e francesa são mais um indicador daquilo que aconteceu à generalidade das economias no primeiro trimestre do ano. Mesmo com a maior parte deste período a registar uma evolução económica positiva, bastaram cerca de duas semanas de restrições no movimento das pessoas e nas actividades económicas para provocar um corte acentuado do PIB a nível trimestral. Na quarta-feira, tinha ficado a saber-se que nos EUA esse corte foi de 4,8%.
A expectativa na maior parte das economias é que os resultados do segundo trimestre, mesmo num cenário de retirada progressiva das medidas de confinamento a partir de Maio, sejam ainda piores.
Em Espanha, a contracção de 5,2% no primeiro trimestre do ano bate vários recordes negativos das últimas décadas. Para se ter uma ideia da dimensão da queda registada na actividade, basta verificar que a maior contracção trimestral do PIB registada durante este século era até agora de apenas 2,6%, metade da agora registada, tendo ocorrido no primeiro trimestre de 2009, quando eclodiu a crise financeira internacional.
Em França, a diminuição trimestral do PIB agora anunciada é a maior desde a Segunda Guerra Mundial.
Em Portugal ainda não foram divulgados os dados do PIB do primeiro trimestre deste ano. O INE prevê divulgar essa informação a 15 de Maio, quando realizar a sua primeira estimativa rápida.