Doentes com covid-19 devem estar atentos a efeitos adversos de medicamentos, diz Infarmed
Ainda que não existam medicamentos autorizados para tratar a covid-19, estão a ser utilizados diversos medicamentos autorizados para outras doenças no contexto da pandemia. E “o conhecimento sobre o novo vírus ainda está incompleto, desconhecendo-se possíveis interacções”.
O Infarmed alertou nesta quarta-feira os doentes de covid-19 que devem estar atentos a qualquer efeito adverso aos medicamentos que tomem para os sintomas da doença, lembrando que ainda se desconhecem muitas das reacções que podem ocorrer.
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O Infarmed alertou nesta quarta-feira os doentes de covid-19 que devem estar atentos a qualquer efeito adverso aos medicamentos que tomem para os sintomas da doença, lembrando que ainda se desconhecem muitas das reacções que podem ocorrer.
Numa nota publicada no seu site, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde avisa os doentes com covid-19, suspeita ou confirmada, que devem avisar as autoridades de efeitos adversos que ocorram com a toma não só dos medicamentos para os sintomas da doença como de outros que habitualmente usem para outras doenças crónicas pré-existentes.
Recorda que actualmente não existem medicamentos autorizados para tratar a covid-19 e que, no contexto da pandemia, estão a ser utilizados diversos medicamentos autorizados para outras doenças.
O Infarmed explica que “o conhecimento sobre o novo vírus ainda está incompleto, desconhecendo-se possíveis interacções medicamentosas que possam estar a ocorrer com a terapêutica destes doentes”.
Através da notificação de qualquer suspeita de efeitos adversos relacionadas com os medicamentos usados no contexto da covid-19, doentes e profissionais de saúde “podem ajudar a reunir evidências valiosas para a tomada de decisões informadas sobre a utilização segura e eficaz dos medicamentos à medida que a pandemia evolui”, sublinha.
As informações fornecidas pelos doentes e profissionais de saúde “contribuirão para aumentar o conhecimento gerado pelos ensaios clínicos e por outros estudos, pelo que se reforça a importância de ser notificada directamente ao Sistema Nacional de Farmacovigilância qualquer suspeita”, acrescenta.
Esta notificação pode também ser feita junto do titular de autorização de introdução no mercado dos medicamentos associados, seguindo as instruções do respectivo folheto informativo, ou até directamente aos médicos, enfermeiros ou farmacêuticos que seguem o doente, que encaminharão a informação ao Infarmed.
A Autoridade Nacional do Medicamento lembra ainda que, ao notificar qualquer efeito adverso, o doente ou profissional de saúde “deve fornecer informações precisas e completas”, designadamente a descrição das reacções, se a informação por covid-19 está confirmada através de testes ou se é baseada em sintomas clínicos, o nome do medicamento suspeito de ter provocado a reacção, a dose e duração do tratamento, o número do lote e os nomes de todos os outros medicamentos que o doente esteja a tomar, incluindo os sem receita médica, os produtos à base de plantas ou contraceptivos.
Os últimos dados das autoridades indicam que Portugal regista 948 mortos associados à covid-19 e 24.322 casos de infecção.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já provocou mais de 215 mil mortos e infectou mais de três milhões de pessoas em todo o mundo. Mais de 840 mil doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.