Universitários contra a Pandemia dão explicações a alunos do ensino básico
Projecto criado por três estudantes portuguesas já ajuda 65 alunos e conta com 160 voluntários. O objectivo do Universitários contra a Pandemia é ser uma plataforma de intermediação, ficando o funcionamento ao critério dos pais e dos universitários.
A pandemia da covid-19 deixou milhares de alunos sem aulas presenciais – e, durante algumas semanas, sem qualquer tipo de aulas, já que o #EstudoEmCasa só arrancou a 20 de Abril. Prevendo as dificuldades dos mais novos, o projecto Universitários contra a Pandemia foi lançado a 31 de Março, com o objectivo de ajudar os alunos do ensino básico. A plataforma põe em contacto os pais ou tutores legais dos alunos do 1.º ao 9.º anos com voluntários universitários dispostos a apoiar a educação das crianças e adolescentes. Por agora, contam com 160 voluntários e já têm 65 alunos inscritos.
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A pandemia da covid-19 deixou milhares de alunos sem aulas presenciais – e, durante algumas semanas, sem qualquer tipo de aulas, já que o #EstudoEmCasa só arrancou a 20 de Abril. Prevendo as dificuldades dos mais novos, o projecto Universitários contra a Pandemia foi lançado a 31 de Março, com o objectivo de ajudar os alunos do ensino básico. A plataforma põe em contacto os pais ou tutores legais dos alunos do 1.º ao 9.º anos com voluntários universitários dispostos a apoiar a educação das crianças e adolescentes. Por agora, contam com 160 voluntários e já têm 65 alunos inscritos.
Sara Amorim, Sofia Abecassis Saldanha e Teresa Ramos de Magalhães são as jovens por detrás da versão portuguesa da iniciativa. Por email, as três explicam que se basearam num projecto espanhol, que “hoje já ajuda mais de 500 famílias com 450 voluntários (segundo um artigo do El País)”. Alunas de primeiro ano de licenciatura — em Gestão Internacional, Política e Relações Internacionais e Economia — na Universidade de Warwick, em Londres, viram-no publicitado numa rede social e juntaram-se para o trazer para Portugal.
Assim nasceu o Universitários contra a Pandemia, uma oportunidade para “ajudar alunos, dando-lhes o devido acompanhamento escolar personalizado que merecem, em idades que são a base de toda a educação; aliviar um pouco do stress e pressão que os pais sentem ao ter que ensinar os filhos, num tempo de instabilidade também para eles”. Além disso, dizem, é também útil para “ocupar o tempo de universitários” que, como as três amigas, “ficaram sem aulas e com tempo livre acrescido com uma causa justa e solidária” e “mostrar a força e união dos jovens portugueses, que estão prontos para ajudar no combate à pandemia”.
No fundo, é uma plataforma para pôr em contacto universitários voluntários com famílias que tenham alunos do ensino básico. Tanto voluntários como pais se devem inscrever através de formulários disponíveis no website. Dependendo das disciplinas que cada parte escolhe e do número de horas que precisa ou se disponibiliza a dar, Sara, Sofia e Teresa estabelecem as ligações: contactam o encarregado de educação, “indicando-lhe qual é ou quais são os voluntários que irão ajudar”, e o voluntário, “enviando no email o programa do Ministério da Educação da disciplina e do ano que vão ensinar”.
No entanto, não se pretende que os estudantes universitários substituam os professores, somente que apoiem os colegas mais novos, como se de explicações extracurriculares se tratassem: esclarecem dúvidas, ajudam na consolidação da matéria e fornecem materiais adicionais. Atribuídos os voluntários ao aluno do ensino básico, este deve contactar os pais num espaço de 48 horas. Numa primeira abordagem, definem-se “as áreas nas quais o aluno tem mais dificuldades, a plataforma e o horário a adoptar daí em diante”; tudo isto “fica ao critério das partes envolvidas”.
As três jovens fundadoras querem aumentar a dimensão do projecto; dizem que o feedback recebido tem sido positivo, tanto de pais como de voluntários, e pretendem “continuar a divulgar para ajudar o maior número de alunos possível”. Esclarecem ao P3 que, curiosamente, sentem que tem sido muito mais fácil conseguir voluntários (“Estamos inseridas neste meio e são pessoas da nossa idade”) do que alcançar os alunos do 1.º ao 9.º anos e as suas famílias.