Óscares: Academia anuncia novidades no streaming e no som
Filmes que não passem pelos cinemas, desde que o seu lançamento tenha sido previamente planeado e sejam mostrados aos votantes menos de 60 dias depois de serem vistos pelo público, podem ser nomeados, e as duas secções de som passam a ser uma só.
Este ano, e só este ano, um filme que saia só em streaming e video-on-demand pode ser nomeado para Óscares. Foi isso que a Academia anunciou esta terça-feira, numa declaração sobre as regras e o regulamento da 93.ª edição dos Óscares, marcada para 28 de Fevereiro de 2021, devido ao contexto da pandemia de covid-19 que levou ao encerramento das salas de cinema. É a primeira vez que tal acontece.
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Este ano, e só este ano, um filme que saia só em streaming e video-on-demand pode ser nomeado para Óscares. Foi isso que a Academia anunciou esta terça-feira, numa declaração sobre as regras e o regulamento da 93.ª edição dos Óscares, marcada para 28 de Fevereiro de 2021, devido ao contexto da pandemia de covid-19 que levou ao encerramento das salas de cinema. É a primeira vez que tal acontece.
Porém, nem todos os filmes em streaming podem ser nomeados. Têm de ter tido um lançamento previamente planeado e têm de ser mostrados na plataforma privada da Academia menos de 60 dias após terem sido exibidos noutros sítios. Estas regras ainda poderão ser revistas, adicionam, de acordo com a evolução da situação.
Além disso, a próxima edição será a última em que os votantes terão acesso a DVDs com screeners físicos dos filmes, passando todos visionamentos no futuro a serem feitos ou online ou em salas de cinema. E por falar em salas, até aqui, os filmes tinham de ser exibidos em Los Angeles pelo menos durante sete dias para serem admitidos a concurso. Quando as salas reabrirem, a Academia alargará essa regra para incluir cinemas em Nova Iorque, a Bay Area da Califórnia, Chicago, Miami e Atlanta.
“A Academia acredita convictamente que não há melhor maneira de viver a magia do cinema do que numa sala de cinema. O nosso compromisso não mudou e é inabalável. No entanto, a historicamente trágica pandemia de covid-19 impõe esta excepção temporária às nossas regras de elegibilidade”, afirmaram o presidente David Rubin e a directora executiva Dawn Hudson.
Plataformas de streaming como a Netflix viraram Hollywood do avesso, atraindo estrelas como Robert De Niro e Martin Scorsese e produzindo filmes premiados como Roma, que venceu o Óscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira em 2019. Mesmo assim, estes filmes tiveram de ter de ser mostrados em salas para serem considerados para os Óscares.
Mas nem só de exibição se fazem as novidades. A Academia anunciou também que os Óscares de desenho de som e edição de som, muitas vezes confundidos e com vencedores em comum, passam a ser um só. A música também tem novas regras, passando a ser necessário, para Melhor Banda Sonora Original, um filme ter um mínimo de 60% de música original. No caso de sequelas ou filmes pertencentes a franchises, é preciso um mínimo de 80% de música nova.
E, no Óscar de Melhor Filme Internacional, o antigo Melhor Filme em Língua Estrangeira, a ronda preliminar de votação passa a ser aberta a todos os membros da Academia, que poderão ver os filmes na plataforma da Academia.
Como nos outros sectores, a pandemia tem afectado a exibição de cinema nos Estados Unidos. Os cinemas norte-americanos fecharam as portas em meados de Março, obrigando ao adiamento das principais estreias. As três maiores cadeias – AMC, Regal e Cinemark – já disseram que não esperam reabrir até ao final de Junho ou Julho.
Vários estúdios foram por isso lançando directamente os seus novos filmes em serviços de streaming ou video-on-demand. A Universal, que já tinha lançado dessa forma Trolls World Tour, filme agora elegível para Melhor Filme de Animação e alvo de uma guerra aberta do estúdio com a AMC, vai fazê-lo com a nova comédia do realizador Judd Apatow, The King of Staten Island, enquanto a Disney anunciou que vai lançar o filme de fantasia Artemis Fowl no Disney+.