Planta aquática exótica cobre de verde o rio Tejo e afluentes na albufeira de Cedillo
Repete-se o fenómeno que ocorreu em 2018/2019 e que ocorre nas massas de água poluídas por nitratos e fosfatos debitados pelas escorrências da agricultura e dos efluentes domésticos.
A Azolla (Azolla filiculoides), uma espécie de planta aquática exótica invasora que prolifera nas massas de água quando estas se encontram estagnadas e poluídas por fosfatos e nitratos, cobre por estes dias os caudais do Rio Tejo e os seus afluentes Ponsul e Aravil, parecendo um tapete verde. A denúncia foi feita por vários cidadãos ao longo dos últimos dias junto da Quercus na delegação de Castelo Branco.
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A Azolla (Azolla filiculoides), uma espécie de planta aquática exótica invasora que prolifera nas massas de água quando estas se encontram estagnadas e poluídas por fosfatos e nitratos, cobre por estes dias os caudais do Rio Tejo e os seus afluentes Ponsul e Aravil, parecendo um tapete verde. A denúncia foi feita por vários cidadãos ao longo dos últimos dias junto da Quercus na delegação de Castelo Branco.
Após uma deslocação a vários locais do Tejo Internacional, a Quercus confirmou a presença “anormal de uma quantidade massiva de Azolla numa extensão de largas dezenas de quilómetros”. Na sequência da observação feita, a organização ambientalista elaborou um comunicado onde refere que “nos últimos anos aumentou a regularidade e a intensidade destes fenómenos, contribuindo ainda mais para a degradação da qualidade de água do Rio Tejo.”
A causa que explica o aparecimento da planta aquática reside no “aumento da concentração de nutrientes provenientes da poluição” resultante da actividade agrícola e das águas residuais. O aparecimento da Azolla que já tinha ocorrido o ano passado deve-se “em parte” aos elevados teores em fósforo, um dos parâmetros que “foi responsável pelo estado ecológico inferior a Bom, no troço do rio Ponsul, entre a Senhora da Graça (junto a Idanha-a-Nova) e a albufeira de Cedillo (Espanha) e que tem origem nos sectores urbano, agrícola e pecuário”, acrescenta a Quercus.
A cobertura das superfícies pela planta invasora “provoca a diminuição da entrada de luz nas massas de água e fazem baixar o nível de oxigénio dissolvido na água, degradando ainda mais a sua qualidade.” Este tipo de fenómenos, prossegue o comunicado da organização ambientalista, “são indicadores de desequilíbrios nos ecossistemas e são uma consequência da poluição, levando assim à eutrofização dos rios e provocando uma acentuada degradação da qualidade das massas de água”.
Na resposta à denúncia feita pela Quercus, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) confirma a presença da mancha verde nas linhas de águas, referindo que é constituída “por um feto aquático flutuante, não tóxico”.
E explica que o bloom (mancha) de Azolla se movimenta, “em função do nível da albufeira bem como da orientação e intensidade do vento, invadindo quer o troço principal quer os braços da albufeira de Cedilho, nomeadamente, nos afluentes rio Ponsul e rio Aravil, na margem direita, e rio Sever, na margem esquerda.”
O bloom de Azolla ocorrido em 2018/2019, “com uma extensão semelhante à actual, não colocou em causa a sobrevivência das comunidades aquáticas e ribeirinhas, nomeadamente da fauna piscícola e das comunidades”, observa a APA.
No quadro da monitorização, em conjunto com Espanha, das massas de água fronteiriças, o aparecimento agora registado na albufeira de Cedilho, “desencadeou contacto com a Confederação Hidrográfica do Tejo em Espanha, dando nota da importância da implementação de medidas de controlo”, diz a APA.
A agência diz ainda no seu comunicado que “ponderará, se necessária, uma intervenção para remoção mecânica destas plantas aquáticas”. Se for caso disso, a Azolla poderá ter como destino a agricultura, como biofertilizante, em substituição dos fertilizantes químicos e também pode ser integrado nas rações para animais devido à sua riqueza em proteínas.