Mota-Engil ganha empreitada em mega projecto do norte de Moçambique
Projecto de gás natural vai avançar na península de Cabo Delgado e construtora portuguesa garantiu presença nas primeiras adjudicações
O governo de Moçambique vai mesmo avançar com o projecto de Gás Natural Liquefeito com o qual quer transformar a península de Cabo Delgado numa das maiores produtores mundiais de gás.
Numa altura em que as notícias que chegam daquele território dão conta de ataques de jihadistas que pretendem criar um Estado governado pela lei corânica no Norte de Moçambique, o estado moçambicano vai mesmo avançar com o projecto e a construtora Mota-Engil acaba de anunciar ter sido umas das escolhidas para assegurar uma primeira fase dos trabalhos.
De acordo com o comunicado enviado esta tarde à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Mota-Engil integra uma parceria 50/50 com a empresa belga Besix, especializada em trabalhos marítimos, e que vai assegurar a construção de uma ponte cais e de uma plataforma de descarga de material, que implicam um investimento de 350 milhões de dólares (323 milhões de euros ao câmbio actual).
No total, o projecto GNL implica um investimento de 50 mil milhões de dólares (46,17 mil milhões de euros), e estão já dois consórcios formados para o seu desenvolvimento.
A Área 1, explorado pela Total Moçambique, após adquirir em 2019 à norte-americana Anadarko, e a Área 4, explorado por um consórcio com a Exxon Mobile, ENI e Galp. No caso da Área 4, a Exxon anunciou no início deste mês o adiamento da decisão final de investimento, como parte de um programa de poupanças para fazer face aos efeitos económicos da pandemia do novo coronavírus.
O empreiteiro de engenharia, aquisições e construção onshore do desenvolvimento da Área 1 Moçambique GNL da Total Moçambique é a CCS JV. Foi a CCS JV quem entregou este primeiro contrato à Mota-Engil, com os parceiros da Besix.
A CCS JV participou em mais de 40% dos projectos de LNG a nível mundial, e esta é a primeira vez que entregou uma empreitada à Mota-Engil Moçambique, presente naquele país desde 1991. O objectivo da construtora portuguesa é ser seleccionada para futuros contratos relacionados com o projecto de LNG.
Dos 50 mil milhões de dólares anunciados como investimento necessário para este mega projecto, estima-se que cerca de 15% estejam relacionados com trabalhos de construção civil, terraplanagens, construção de estaleiros, construção e melhora de acessos, novos cais e plataformas. Ou seja, as empresas de construção têm aqui um potencial de investimento de 7,5 mil milhões de dólares até 2024-2025.
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O governo de Moçambique vai mesmo avançar com o projecto de Gás Natural Liquefeito com o qual quer transformar a península de Cabo Delgado numa das maiores produtores mundiais de gás.
Numa altura em que as notícias que chegam daquele território dão conta de ataques de jihadistas que pretendem criar um Estado governado pela lei corânica no Norte de Moçambique, o estado moçambicano vai mesmo avançar com o projecto e a construtora Mota-Engil acaba de anunciar ter sido umas das escolhidas para assegurar uma primeira fase dos trabalhos.
De acordo com o comunicado enviado esta tarde à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Mota-Engil integra uma parceria 50/50 com a empresa belga Besix, especializada em trabalhos marítimos, e que vai assegurar a construção de uma ponte cais e de uma plataforma de descarga de material, que implicam um investimento de 350 milhões de dólares (323 milhões de euros ao câmbio actual).
No total, o projecto GNL implica um investimento de 50 mil milhões de dólares (46,17 mil milhões de euros), e estão já dois consórcios formados para o seu desenvolvimento.
A Área 1, explorado pela Total Moçambique, após adquirir em 2019 à norte-americana Anadarko, e a Área 4, explorado por um consórcio com a Exxon Mobile, ENI e Galp. No caso da Área 4, a Exxon anunciou no início deste mês o adiamento da decisão final de investimento, como parte de um programa de poupanças para fazer face aos efeitos económicos da pandemia do novo coronavírus.
O empreiteiro de engenharia, aquisições e construção onshore do desenvolvimento da Área 1 Moçambique GNL da Total Moçambique é a CCS JV. Foi a CCS JV quem entregou este primeiro contrato à Mota-Engil, com os parceiros da Besix.
A CCS JV participou em mais de 40% dos projectos de LNG a nível mundial, e esta é a primeira vez que entregou uma empreitada à Mota-Engil Moçambique, presente naquele país desde 1991. O objectivo da construtora portuguesa é ser seleccionada para futuros contratos relacionados com o projecto de LNG.
Dos 50 mil milhões de dólares anunciados como investimento necessário para este mega projecto, estima-se que cerca de 15% estejam relacionados com trabalhos de construção civil, terraplanagens, construção de estaleiros, construção e melhora de acessos, novos cais e plataformas. Ou seja, as empresas de construção têm aqui um potencial de investimento de 7,5 mil milhões de dólares até 2024-2025.