Testar intensivamente é “receita” das Ligas europeias para regresso do futebol

Em Portugal, as condições para o regresso das competições de futebol, suspensas devido à pandemia covid-19, começaram a ser avaliadas na sexta-feira, na primeira reunião entre Governo e Federação Portuguesa de Futebol.

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Reuters/SUSANA VERA

Testar intensivamente todos os jogadores e técnicos das equipas de futebol para a covid-19 é a “receita” dos principais campeonatos europeus para o regresso aos treinos e competição, que parece estar cada vez mais próximo.

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Testar intensivamente todos os jogadores e técnicos das equipas de futebol para a covid-19 é a “receita” dos principais campeonatos europeus para o regresso aos treinos e competição, que parece estar cada vez mais próximo.

Com excepção de Inglaterra, onde ainda não há sequer uma data no horizonte para retomar a actividade desportiva, todos os países das cinco principais Ligas europeias — Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e França — revelaram na última semana os seus planos tendo em vista a conclusão dos respectivos campeonatos, nos quais o elemento em comum é a bateria de testes de detecção da doença em várias fases do processo de treinos e competição.

Em Inglaterra, apesar de não haver qualquer previsão de regresso do futebol, os testes sistemáticos estão entre as várias medidas que vão sendo mencionadas para permitir o retorno da Premier League, enquanto na Alemanha será também atribuído um “agente de protocolo” a cada equipa.

“Quando as pessoas se conhecem bem umas às outras, podem perder a noção do distanciamento necessário [para se protegerem do vírus]”, justificou Barbara Gärtner, médica conselheira da Bundesliga, prova que será, previsivelmente, a primeira a retomar o calendário competitivo já em 9 de Maio, com testes previstos antes e no final de cada encontro, se as autoridades locais derem o seu aval.

Em Itália, o país europeu mais afectado pela pandemia, o protocolo apresentado pela federação ao governo contempla três a quatro dias inteiramente dedicado a testes aos jogadores, que incluirão medição de temperatura, um teste de diagnóstico rápido, que será repetido após 24 horas, testes serológicos (se disponíveis) e ainda análises ao sangue.

A bateria de testes permitirá dividir os jogadores do calcio em três grupos: um de atletas que não foram infectados e dois com aqueles que tiveram contacto com a doença, separados de acordo com os sintomas que apresentaram. Estes últimos dois grupos serão sujeitos a exames adicionais, tais como ultrassons cardíacos e eletrocardiogramas de esforço.

Em França, que aponta para um levantamento gradual das medidas gerais de confinamento a partir de 11 de Maio, o protocolo elaborado pela Liga prevê uma revisão médica completa, com testes de cardiologia, virologia e psicologia, além de testes de diagnóstico da doença e um acompanhamento médico diário com contornos a especificar no final deste mês.

No entanto, o vice-presidente do sindicato dos jogadores, Philippe Piat, manifestou preocupação com a disponibilidade de testes, que devem ser “feitos a toda a gente”. Além disso, testar os futebolistas implicará alterações à estratégia governamental, que limita a aplicação de testes apenas aos casos suspeitos.

O mesmo poderá acontecer em Espanha, uma vez que o Ministério da Saúde desaconselhou testes massivos para detectar a covid-19 a quem não apresente sintomas, colocando em causa os planos de La Liga.

Segundo o projecto inicial espanhol, que apontava para o regresso aos treinos em 4 ou 11 de Maio, os jogadores começariam a realizar testes de monitorização do novo coronavírus já na terça-feira e estes prolongar-se-iam pelas três fases de preparação previstas.

Depois de um período de treinos individuais, os jogadores da La Liga seriam autorizados a treinar em pequenos grupos, sob medidas de prevenção bastante restritivas, antes de poderem, finalmente, concentrar-se em equipa num hotel ou centro de treinos.

Já em Portugal, as condições para o regresso das competições de futebol, suspensas devido à pandemia covid-19, começaram a ser avaliadas na sexta-feira, na primeira reunião entre Governo e Federação Portuguesa de Futebol (FPF), disse à Lusa fonte ligada ao processo.