Infecções a menos podem ser um problema
Aquilo que mais me agrada na estratégia adoptada pelos suecos é precisamente aquilo que mais me assusta em Portugal – que tenhamos exagerado no distanciamento social nesta primeira fase, e que o preço do medo que se instalou nos obrigue a pagar no futuro, com juros, o sucesso que estamos a ter no presente.
Quando se deixa o coronavírus à solta e se reage demasiado tarde, acontece o que já todos vimos acontecer em Espanha ou no norte de Itália – a contaminação dispara, os doentes acumulam-se nos cuidados intensivos e o sistema nacional de saúde entra em colapso. Mas quando um país inteiro se fecha em casa e as contaminações quase desaparecem, graças à eficácia das medidas de contenção, as consequências no curto prazo são bastante boas (aconteceu em Portugal), mas é perfeitamente possível que no médio prazo sejam bastante más: a imunidade de grupo atrasa-se, a esmagadora maioria da população continua sem contactar com o vírus e a probabilidade de chegarmos ao Inverno e sermos obrigados a voltar outra vez para casa é assustadoramente alta.
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Quando se deixa o coronavírus à solta e se reage demasiado tarde, acontece o que já todos vimos acontecer em Espanha ou no norte de Itália – a contaminação dispara, os doentes acumulam-se nos cuidados intensivos e o sistema nacional de saúde entra em colapso. Mas quando um país inteiro se fecha em casa e as contaminações quase desaparecem, graças à eficácia das medidas de contenção, as consequências no curto prazo são bastante boas (aconteceu em Portugal), mas é perfeitamente possível que no médio prazo sejam bastante más: a imunidade de grupo atrasa-se, a esmagadora maioria da população continua sem contactar com o vírus e a probabilidade de chegarmos ao Inverno e sermos obrigados a voltar outra vez para casa é assustadoramente alta.