Malária, ciência, e liberdade para saber cada vez mais
É importante que, no Dia Mundial da Malária, que é também Dia da Liberdade, o papel determinante da ciência para o bem-estar de todos não seja esquecido.
Hoje, dia 25 de Abril, é não só o Dia da Liberdade em Portugal, mas também o Dia Mundial da Malária em todo o mundo. Anualmente morrem de malária perto de meio milhão de pessoas, sobretudo crianças abaixo dos cinco anos de idade, em algumas das regiões mais desfavorecidas do globo. Embora o combate à malária seja feito em várias frentes, é consensual que uma vacina eficaz contra esta doença devastadora seria uma ferramenta de um valor incomensurável nessa luta. Há muito que os cientistas procuram essa vacina, por que todos anseiam.
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Hoje, dia 25 de Abril, é não só o Dia da Liberdade em Portugal, mas também o Dia Mundial da Malária em todo o mundo. Anualmente morrem de malária perto de meio milhão de pessoas, sobretudo crianças abaixo dos cinco anos de idade, em algumas das regiões mais desfavorecidas do globo. Embora o combate à malária seja feito em várias frentes, é consensual que uma vacina eficaz contra esta doença devastadora seria uma ferramenta de um valor incomensurável nessa luta. Há muito que os cientistas procuram essa vacina, por que todos anseiam.
Mas essa senda tem-se deparado com inúmeros obstáculos, quer técnicos, decorrentes da complexidade do parasita que causa esta doença, quer financeiros, resultantes das dificuldades que tantas vezes encontram para obter o financiamento adequado para o seu trabalho. A solução para este, como para tantos outros desafios médicos, está na capacidade de os investigadores gerarem o conhecimento científico necessário para os enfrentar. Raramente como nestas últimas semanas se tornou tão clara para tanta gente a importância crucial que a ciência detém na sociedade de hoje.
Perante a atual pandemia de covid-19, é na ciência que todos depositam a esperança em testes de diagnóstico fiáveis, em tratamentos eficazes, numa vacina que nos devolva a tranquilidade que o SARS-CoV-2 nos veio roubar. Porque foi a ciência que permitiu aumentar a nossa esperança média de vida em cerca de 30 anos ao longo do último século. Porque foi a ciência que nos trouxe os antibióticos, que tantas vidas salvaram e continuam a salvar por esse mundo fora. Porque foi a ciência que nos deu as vacinas, essa descoberta inigualável que hoje permite que os nossos filhos estejam eficazmente protegidos de doenças que antes seriam, em muitos casos, uma sentença de morte.
Mas se a covid-19 veio despertar algumas consciências adormecidas para a importância do trabalho dos cientistas, é importante que estas se mantenham despertas daqui para a frente, garantindo que a ciência e o seu financiamento assumem o lugar que merecem numa sociedade moderna. Porque a covid-19 vai passar, mas os desafios da ciência em geral, e da biomedicina em particular, estão longe de estar ganhos. E só com um investimento sustentado e regular na ciência e na investigação aqueles obstáculos podem ser ultrapassados. Por essa razão, é importante que, neste Dia Mundial da Malária, que é também Dia da Liberdade, o papel determinante da ciência para o bem-estar de todos não seja esquecido, e que, numa era pós-covid-19, o assegurar das condições financeiras para que esta continue a dar as respostas que procuramos passe a constituir um desígnio de todos nós.
O autor escreve segundo o novo Acordo Ortográfico