Marcelo vai ouvir figuras da cultura sobre as consequências da pandemia
Presidente da República recebe na tarde de sábado vários organismos e associações representativos daquele que é um dos sectores mais afectados pela crise.
Depois de, ao longo desta semana, ter recebido as empresas cotadas no PSI20, auscultando as perspectivas da economia para a resposta aos problemas criados pela pandemia da covid-19, e de, esta sexta-feira, começar a ouvir o sector da comunicação social, o Presidente da República vai dedicar toda a tarde de sábado à área da cultura, reconhecidamente uma das mais afectadas pela crise.
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Depois de, ao longo desta semana, ter recebido as empresas cotadas no PSI20, auscultando as perspectivas da economia para a resposta aos problemas criados pela pandemia da covid-19, e de, esta sexta-feira, começar a ouvir o sector da comunicação social, o Presidente da República vai dedicar toda a tarde de sábado à área da cultura, reconhecidamente uma das mais afectadas pela crise.
Com a manhã reservada às comemorações do 25 de Abril no Parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa vai abrir as audições dos organismos e associações da cultura com o sector livreiro. A partir das 14h, recebe a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) e a recém-criada Rede de Livrarias Independentes (ReLI), que ainda na quinta-feira vieram criticar duramente a ajuda anunciada pelo Ministério da Cultura. Os 400 mil euros que a tutela destinou à compra de livros às pequenas editoras e livrarias é, dizem, um montante deveras insuficiente para responder aos problemas do sector, cujas perdas acumuladas até ao final de Abril deverão chegar aos 30 milhões de euros.
Às 15h, será a vez do cinema e do audiovisual, através de representantes da Academia Portuguesa de Cinema e da Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas. Com as salas de cinema fechadas, e a produção audiovisual também praticamente parada, o secretário de Estado que tutela esta área, Nuno Artur Silva, disse na semana passada numa audição no Parlamento que os concursos do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) “estão a decorrer de acordo com os procedimentos e os prazos normais”, mas há também muita incerteza no sector.
Francisca Carneiro Fernandes, ex-presidente da administração do Teatro Nacional São João e actual directora executiva do Teatro Municipal do Porto, vai representar, a partir das 16h, a Performart – Associação de Artes Performativas em Portugal, criada em 2016, seguindo-se-lhe Sara Goulart, em nome da Rede – Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, dois organismos de um sector também a contas com uma paralisação a praticamente 100%, e ainda à espera da anunciada Linha de Apoio de Emergência, cujos resultados a ministra da Cultura, Graça Fonseca, prometeu que chegariam em Maio.
A seguir, será recebida a Associação Portuguesa de Museologia (APOM), presidida por João Neto, que certamente abordará os problemas decorrentes do encerramento dos museus e dos monumentos e outros impasses do património cultural do país.
O destino dos festivais de música de Verão estará seguramente na lista das preocupações da Associação de Promotores de Espectáculos, Festivais e Eventos, representada pela voz de Álvaro Covões, o principal responsável pela empresa Everything Is New e pelo festival Nos Alive.
Neste gesto de atenção para com os problemas do sector da cultura, o Presidente da República encerra o alinhamento das audições com a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e a Gestão dos Direitos dos Artistas (GDA), respectivamente representados por José Jorge Letria e por Mário Carneiro, que abordarão a situação dos autores e artistas, também eles confinados e obrigados a actuarem e a trabalharem em casa.