Covid-19: investigadores do Porto vão criar robô para desinfecção de espaços hospitalares
Projecto é um dos 66 que receberão financiamento da Fundação para a Ciência e a tecnologia no âmbito do concurso Research 4 Covid-19.
Uma equipa de investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, vai desenvolver um robô autónomo que, através de sensores e lâmpadas ultravioleta, permite a desinfecção de espaços em unidades hospitalares.
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Uma equipa de investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, vai desenvolver um robô autónomo que, através de sensores e lâmpadas ultravioleta, permite a desinfecção de espaços em unidades hospitalares.
Em declarações à agência Lusa, António Moreira, investigador do INESC TEC, explicou esta quarta-feira que o projecto, intitulado RADAR, pretende desenvolver um “módulo genérico” de robô que seja adaptável a diversas plataformas. Desenvolvido no âmbito da linha de financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) Research 4 Covid-19, o projecto vai por isso criar um robô que, com base em sensores e lâmpadas ultravioleta, permite limpar e desinfectar algumas divisões de serviços hospitalares.
Através do seu sistema de sensores, o robô, que “não será muito grande” e terá entre 30 a 40 centímetros de diâmetro e um metro de altura, consegue detectar se a divisão está ou não vazia e, posteriormente, activar as lâmpadas ultravioletas que permitirão a desinfecção do espaço.
“Antes de ligar as lâmpadas, que vão permitir a desinfecção, o robô tem de verificar se a divisão está vazia. Faz uma ronda e, se verificar que o espaço está sem pessoas, emite avisos de que vai ligar as lâmpadas. Caso detecte que está alguém no espaço, o robô não as liga e avisa a pessoa para sair”, explicou o investigador.
A desinfecção do espaço será previamente determinada e ajustada à potência das lâmpadas, uma vez que é a partir destas que o robô consegue desinfectar as superfícies, paredes e chão, assinalou ainda António Moreira.
“Onde a luz conseguir chegar, o robô desinfecta”, garantiu o investigador, adiantando que a tecnologia vai ser também equipada com uma interface gráfica que torna o processo de “simples manuseamento”. “Inicialmente vamos criar um mapa, dizer-lhe quais são as salas, dar-lhes nomes e, depois, será simples, através de uma interface gráfica (um pequeno monitor) será só carregar num botão e indicar a sala que se pretende desinfectar.”
Apesar de o projecto arrancar oficialmente a 1 de Maio, a equipa, composta por 13 investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e do INESC TEC, está já a “ver que material que é necessário comprar”. Além dos investigadores, integram também este projecto o Centro Hospitalar Universitário de São João, o Centro Hospitalar do Porto (Santo António) e o Hospital de São Martinho, em Valongo.
Com um financiamento de mais de 29 mil euros, este é um dos 66 projectos apoiados pela linha de financiamento Research 4 Covid-19, que visa responder às necessidades do Serviço Nacional de Saúde.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 178.500 mortos e infectou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Portugal regista 785 mortos associados à covid-19 em 21.982 casos confirmados de infecção, segundo o boletim diário desta quarta-feira emitido pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.