Celebrações religiosas retomam “alguma normalidade” a partir de Maio, “sem baixar a guarda”

O primeiro-ministro elogiou as restrições impostas às celebrações religiosas deverão começar a ser levantadas em Maio, mas os pormenores serão anunciados pela Igreja Católica na terça-feira.

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O encontro entre António Costa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Manuel Clemente, terminou sem que fosse revelado como será feita a reabertura gradual as cerimónias religiosas a partir do próximo mês. No final da reunião desta segunda-feira, o primeiro-ministro elogiou o exemplo da Igreja Católica no combate à propagação da covid-19, mas avisou que, apesar do levantamento de algumas restrições, as cerimónias religiosas deverão respeitar e cumprir as “regras de protecção social que terão de ser mantidas para travar a pandemia”.

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O encontro entre António Costa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Manuel Clemente, terminou sem que fosse revelado como será feita a reabertura gradual as cerimónias religiosas a partir do próximo mês. No final da reunião desta segunda-feira, o primeiro-ministro elogiou o exemplo da Igreja Católica no combate à propagação da covid-19, mas avisou que, apesar do levantamento de algumas restrições, as cerimónias religiosas deverão respeitar e cumprir as “regras de protecção social que terão de ser mantidas para travar a pandemia”.

As novidades deverão ser conhecidas esta terça-feira após a reunião do conselho permanente da CEP, convocada por Manuel Clemente após o encontro com o primeiro-ministro, mas deverão responder à salvaguarda da distância entre fiéis para minimizar risco de contágio.

“Podemos começar a encarar Maio de uma forma diferente daquela que temos vivido nos últimos dois meses”, considerou António Costa, em declarações aos jornalistas, antecipando que o final de Abril trará um “maior ponto de normalidade nas celebrações religiosas”. No entanto, o líder do executivo avisou que “este ainda não é momento para o país baixar a guarda em termos de medidas de confinamento e de distanciamento social”.

“Devemos celebrar a fé de cada um, tendo em conta o que são as necessidades de todos contribuirmos para controlar esta pandemia”, lembrou. “Até haver uma vacina, não vamos retomar a vida normal. Mesmo sem estado de emergência, não vamos poder viver como antes”, insistiu António Costa.

O primeiro-ministro não conseguiu evitar perguntas sobre a polémica em torno da cerimónia do 25 de Abril no Parlamento. “Não é momento para divisões, é momento para nos mantermos unidos”, resumiu. O chefe do Governo disse não se querer “pronunciar sobre o que é a vida interna da Assembleia [da República]”, mas registou que o Parlamento “tem vindo a manter o seu funcionamento normal”. 

Ainda sobre a discussão em torno da realização de cerimónias presenciais e com convidados, Costa considerou que a população está a ficar “excessivamente nervosa para o que é recomendável, depois da forma exemplar como tem vivido”, garantindo que as celebrações do 25 de Abril, 1.º de Maio e eventuais cerimónias religiosas decorrerão “sem perigos para a saúde pública”.

“Ninguém tenha a ilusão de que, a partir de Maio, vamos viver como vivíamos até Fevereiro. Não vai ser assim porque vamos ter de conviver com este vírus até haver vacina – e isso não está no horizonte dos próximos meses”, rematou António Costa, acompanhado por Manuel Clemente, também cardeal patriarca de Lisboa.

Desde que está em vigor o estado de emergência, todas as celebrações religiosas e de culto foram suspensas, o que levou ao cancelamento da assistência de missas, cerimónias fúnebres, casamentos e baptizados. Nas celebrações da Páscoa, as restrições foram ainda mais apertadas, tendo sido proibidas as deslocações entre concelhos, para diminuir o risco de propagação do vírus. Findo o terceiro estado de emergência, e mesmo que não haja qualquer renovação, as regras deverão manter-se apertadas.

“Temos um longo período à nossa frente em que, mesmo sem estado de emergência, vamos ter de manter normas de higienização social e pessoal, normas de afastamento, de contenção e de limitação à circulação, ou de forma voluntária – como aconteceu com a decisão da Conferência Episcopal –, ou impostas pelo Estado com base nos poderes de que dispõe”, sublinhou.

13 de Maio sem peregrinos

As novidades e pormenores sobre as condições em que as cerimónias religiosas não deverão ser conhecidas antes da reunião do conselho permanente da Conferência Episcopal. Para já, e caso as circunstâncias não se alterem, as celebrações de Fátima deverão ocorrer sem peregrinos, uma decisão tomada pelo de Leiria/Fátima, o cardeal António Marto, no início de Abril. Se a decisão se mantiver, esta será a primeira vez que as celebrações do 13 de Maio acontecem sem peregrinos.

O Governo voltará a reunir a 30 de Abril, data em que definirá novas orientações sobre o levantamento de restrições. Além da Igreja Católica, o primeiro-ministro irá falar com outras representações religiosas.