Uma indústria ligada à máquina começa a regressar às fábricas

Autoeuropa retoma a laboração a 27, após mais de um mês de paragem. Mercado automóvel na Europa caiu 55% em Março. Líder da PSA acredita na retoma.

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Philippe Wojazer/Reuters (Arquivo)

A fábrica da Volkswagen em Palmela retoma parcialmente a laboração no dia 27. Após 43 dias de paragem, uma parte dos trabalhadores regressará ao trabalho na Autoeuropa, que vai manter outra parte dos funcionários em layoff. A produção só regressa aos níveis pré-crise em Junho.

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A fábrica da Volkswagen em Palmela retoma parcialmente a laboração no dia 27. Após 43 dias de paragem, uma parte dos trabalhadores regressará ao trabalho na Autoeuropa, que vai manter outra parte dos funcionários em layoff. A produção só regressa aos níveis pré-crise em Junho.

A Renault, em Cacia, já reabriu. A PSA em Mangualde preparou mais de 100 medidas para proteger trabalhadores quando estes regressarem. Este é o cenário por todo o lado. As mudanças são tantas que os trabalhadores vão precisar de dias ou de semanas para se ajustarem, alertam sindicatos na Alemanha.

A VW é bem o espelho dos problemas. As vendas recuaram 23% no primeiro trimestre. Primeiro, foi a paragem forçada pela epidemia de covid-19 na China, que representa 39% das vendas globais do grupo em 2019. Até Março, as vendas na China recuaram 35,1%, menos 339 mil unidades.

A crise sanitária transformou-se em pandemia, forçando o resto do mundo a parar. No fim de Março, 1,1 milhões de europeus estavam em layoff neste sector ou perderam o emprego. O sector paga 2,6 milhões de postos directos. E contribui indirectamente para mais 11,2 de empregos na Europa.

Toyota, Hyundai e Volvo já trabalham ou regressam agora. Hungria, Bélgica, França, Suécia, Roménia, Rep. Checa, Eslováquia, Turquia e Polónia assistirão ao regresso às fábricas nesta semana e na próxima.

O ambiente é de desespero. A produção perdeu 1,5 milhões de carros. As vendas na Europa caíram 55,1% em Março. Com menos 800 mil carros vendidos do que em 2019, regista-se em 2020 o pior Março desde 1990.

Em Portugal, a quebra foi de 56,7% em Março. E de 86,5% nas primeiras duas semanas de Abril.

O presidente-executivo da PSA (segundo construtor europeu), Carlos Tavares, acredita na retoma, “no limite da capacidade financeira” do consumidor. “Depois da crise, os consumidores vão reagir muito bem e, de certa maneira, valorizar ainda mais o conforto e a liberdade que representa a posse de um automóvel”, diz o gestor em entrevista à edição de Abril da revista do Automóvel Clube de Portugal.

Notícia corrigida: a data de regresso na Autoeuropa é dia 27 e não dia 20, como estava escrito.