Consumo de electricidade das famílias sobe 14% em Março
Com a economia parada na segunda metade de Março, o consumo de gasolina caiu 25% e o de gasóleo recuou 18%, segundo as estimativas rápidas da DGEG.
A Direcção-geral de Energia e Geologia (DGEG) começou a publicar estimativas rápidas de consumo energético que pretendem ajudar a perceber como estão a evoluir as necessidades de consumo das empresas e famílias portuguesas neste período de combate à pandemia do novo coronavírus.
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A Direcção-geral de Energia e Geologia (DGEG) começou a publicar estimativas rápidas de consumo energético que pretendem ajudar a perceber como estão a evoluir as necessidades de consumo das empresas e famílias portuguesas neste período de combate à pandemia do novo coronavírus.
Feitas com base em informação enviada pelas diversas empresas do sistema energético nacional e assumindo que o grande impacto da pandemia sobre os consumos “ocorreu fundamentalmente a partir de 19 de Março”, depois da declaração do estado de emergência, as estimativas da DGEG apontam para que, no caso da electricidade, o consumo no sector doméstico tenha crescido 14,3% em Março face ao mesmo mês de 2019.
Com o encerramento das escolas e a aplicação de várias medidas de isolamento social, boa parte das famílias portuguesas começou a viver a experiência de teletrabalho e ensino em casa logo a partir de 16 de Março.
Assim, ao contrário do que se passou com o sector doméstico, o consumo eléctrico desceu 12% nos serviços, 1,5% na indústria e 0,5% na agricultura e pescas. No conjunto, verificou-se uma descida de 0,5% do consumo de electricidade no primeiro mês do confinamento.
Isto ainda que, na comparação entre trimestres, o primeiro trimestre de 2020 se tenha saldado com um crescimento ligeiro de 0,2% relativamente ao período homólogo.
Quanto ao consumo do gás natural, a quebra mensal total verificada em Março foi ainda mais acentuada, de 8,1%. Embora no sector doméstico, se tenha verificado um aumento de 13,2%, ele não foi suficiente para compensar a quebra de 20% estimada para o sector dos serviços e de 9% e 7% para os transportes (excluindo transportes públicos), respectivamente.
Comparando o primeiro trimestre de 2020 com o de 2019, registou-se uma descida de 3,4% da utilização do gás natural pelo conjunto dos consumidores portugueses.
Consumo de gasolina caiu 25%
Com as limitações severas à circulação impostas pelo estado de emergência, o consumo de combustíveis rodoviários também sofreu “uma redução significativa” em Março.
Esta quebra foi de 18% para o gasóleo e de 25% para a gasolina, na comparação com o mesmo mês de 2019.
Os dados da DGEG indicam já que o consumo de gasolina caiu 6,8% no primeiro trimestre deste ano, enquanto o de gasóleo recuou 5,3%.
Em Março, o consumo de gás de petróleo liquefeito ou GPL, usado nas botijas de gás que ainda são usadas por cerca de 2,6 milhões de pessoas, teve um aumento de 12% (em contrapartida, o uso de GPL Auto caiu 24%).
E se o gasóleo agrícola também apresentou um crescimento de 12%, o consumo de jet fuel na aviação caiu cerca de 35% e o abastecimento de navios de transporte de passageiros e mercadorias recuou 28%.
Na semana passada, a Entidade Nacional para o Sector Energético (ENSE), divulgou os dados de Março da introdução ao consumo – as quantidades que lhe são comunicadas pelos operadores do sector, para efeitos fiscais e da constituição obrigatória de reservas de combustíveis.
O GPL foi o único segmento em que se verificou um crescimento homólogo, de 7,88%.
Nas restantes categorias, os números espelham um mercado congelado, onde não há procura: a gasolina, o gasóleo e o jet registaram quebras de 20,19%, 12,3% e 34,31%.