Governo e DGS dizem aos portugueses: não temam idas aos hospitais
O Governo, a Direcção-Geral da Saúde e o INEM apelam às pessoas que não adiem vacinas e que procurem, sempre que se justificar, os cuidados de saúde e os serviços de emergência médica. Os hospitais estão preparados e o processo é seguro, garantem.
Protecção contra a covid-19, em primeiro lugar, restantes cuidados de saúde, em segundo. Parece ser esta a premissa aplicada, de forma extrema, por muitos portugueses, que estão a recorrer menos aos sistemas de saúde, mesmo em casos de tratamentos importantes. Nas urgências, a procura caiu quase 50%.
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Protecção contra a covid-19, em primeiro lugar, restantes cuidados de saúde, em segundo. Parece ser esta a premissa aplicada, de forma extrema, por muitos portugueses, que estão a recorrer menos aos sistemas de saúde, mesmo em casos de tratamentos importantes. Nas urgências, a procura caiu quase 50%.
O Governo e a Direcção-Geral da Saúde (DGS) reconheceram a necessidade de os hospitais adiarem cirurgias não urgentes, algo que acabou por ser alargado a outros tratamentos considerados não essenciais como fisioterapia ou mesmo terapias para problemas como asma ou autismo - um tema que foi manchete do PÚBLICO esta segunda-feira.
Esta limitação não é, no entanto, para ser aplicada aos cuidados de saúde básicos e às urgências, já que tal poderá significar, a montante, problemas de saúde para os próprios cidadãos e, a jusante, possíveis surtos sociais.
Na terça-feira, a DGS já alertou, nesta medida, para a necessidade de cumprir o plano nacional de vacinação, uma vez que este “é absolutamente essencial para evitar casos de doenças ou surtos”.
“Nenhuma criança e nenhum adulto com a vacina do sarampo em atraso deve continuar nesse cenário”, exemplificou Graça Freitas, num olhar particularizado ao sarampo, antes de passar ao conselho geral: “Não adie de forma alguma a vacinação, porque, se deixarmos de vacinar, […] poderemos ter outro tipo de surto que não apenas este, que já tanto dano causa à sociedade”, frisou.
Na mesma linha, António Lacerda Sales, secretário de estado da Saúde, garantiu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “continua a dar resposta ao que tem obrigatoriamente de ser respondido” e pediu confiança no SNS. “Doentes crónicos, oncológicos e outros que sejam acompanhados regularmente devem recorrer ao seu médico assistente ou à Linha SNS24”, apelou. E garantiu que uma eventual ida às urgências terá sempre asseguradas as condições de segurança sanitária no interior dos hospitais.
Já nesta quarta-feira, Luís Meira, presidente do INEM, reforçou o apelo: “Pessoas que precisam de assistência, não adiem o contacto com os serviços de saúde e do INEM”.
“As pessoas podem e devem ter confiança no sistema de emergência médica. Devem ter confiança de que está garantida a segurança nos cuidados e nos transportes, sem serem infectadas com covid-19. Os profissionais estão capacitados para reduzirem ao máximo os riscos de contaminação”, acrescentou.
Limitar o recurso aos cuidados de saúde, avaliando bem a gravidade do problema – sobretudo com ajuda da SNS24 –, mas nunca deixar de lado urgências e tratamentos importantes. É este o apelo do Governo.