Covid-19: mais 32 mortos em Portugal. Há 18.091 infectados
Há 1200 pessoas internadas, 208 delas em unidades de cuidados intensivos. Desde o início do surto, 383 pessoas foram dadas como curadas.
Até esta quarta-feira, contavam-se em Portugal 599 mortos pela covid-19 — mais 32 do que na terça-feira, o equivalente a uma taxa de crescimento de 5,6%. Desde o início do surto já se identificaram 18.091 casos positivos. Desses, 643 foram identificados nas últimas 24 horas, o que corresponde a um aumento de 3,7% face aos números de quarta-feira. Estes dados foram divulgados nesta quarta-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde.
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Até esta quarta-feira, contavam-se em Portugal 599 mortos pela covid-19 — mais 32 do que na terça-feira, o equivalente a uma taxa de crescimento de 5,6%. Desde o início do surto já se identificaram 18.091 casos positivos. Desses, 643 foram identificados nas últimas 24 horas, o que corresponde a um aumento de 3,7% face aos números de quarta-feira. Estes dados foram divulgados nesta quarta-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde.
Sabe-se ainda que estão 1200 pessoas internadas, 208 delas em unidades de cuidados intensivos — menos dez pessoas do que no dia anterior. Desde o início do surto, 383 pessoas foram dadas como curadas. São mais 36 pessoas do que na terça-feira, depois de nesse mesmo dia se ter registado um aumento de 70 pessoas curadas. Uma pessoa pode ser dada como “curada” depois de ter tido dois testes com resultados negativos.
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Pelo menos 15.909 pessoas — isto é, 87% das pessoas que estão a receber tratamento — estão a ser tratadas em casa, informou António Lacerda Sales, durante a conferência de imprensa desta quarta-feira. Pelo menos 6,6% dos doentes estão internados, 1,1% em unidades de cuidados intensivos e 5,5% em enfermaria.
Alentejo e Madeira são regiões menos afectadas
A região Norte continua a ser a mais afectada pela pandemia em Portugal: regista neste momento 10.751 infectados e 339 mortos. A segunda região mais afectada é a de Lisboa e Vale do Tejo, com 4102 casos confirmados e 111 vítimas.
No extremo oposto, as regiões menos afectadas são o Alentejo e a Madeira, com 155 e 59 casos positivos, respectivamente, e sem vítimas mortais a lamentar. Estes números não sofreram alterações nas últimas 24 horas.
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Olhando para a informação disponível por concelhos, verifica-se que o concelho do Porto é o que soma mais casos: são 980. A seguir, surge o concelho de Lisboa, com 962 casos positivos, e Vila Nova de Gaia (923). A informação sobre os concelhos corresponde a 82% dos casos confirmados e notificados através do sistema Sinave, informa a DGS.
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Taxa de mortalidade de 5,5 por 100 mil habitantes é “bom” indicador
Foram feitos mais de 200 mil testes à covid-19 desde 1 de Março, acrescentou o secretário de Estado da Saúde, sendo que a região norte recebeu 45% dos kits de detecção e a região de Lisboa e Vale do Tejo 30%.
“Temos, hoje, um milhão e 35 mil testes em stock e foram esta semana foram distribuídos mais 265 mil testes pelas cinco administrações regionais de saúde e pelas duas regiões autónomas”, garantiu António Lacerda Sales. “Continuamos empenhados em garantir que os testes chegam onde são mais necessários e melhorar o tempo de resposta entre a colheita e o resultado [do teste]”, acrescentou, nesta quarta-feira, assegurando que “o SNS continua a garantir resposta a quem dele precisa”.
Quanto a idades, 516 das 599 vítimas registadas nesta terça-feira tinham mais de 70 anos. Durante a conferência de imprensa desta quarta-feira, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, situou a taxa de letalidade global em 3,3% e, acima dos 70 anos, em 11,7%.
Tendo em conta que os lares têm constituído focos importantes de infecção entre a população mais velha, coube a António Lacerda Sales anunciar o plano do Governo para desdobrar a capacidade destas instituições: “O que estamos a fazer é perceber se os lares se podem desdobrar noutras estruturas locais, para separar doentes covid de doentes não-covid. Depois, resta-lhes cumprir as indicações da DGS quanto aos planos de contingência. E acredito que os lares estão a fazer um enorme esforço para garantir estas situações”.
Ainda sobre a capacidade dos lares, Luís Meira, do INEM, diz que as Forças Armadas “disponibilizaram, na região da Grande Lisboa, mais de cem camas, em diferentes tipologias, para receber doentes com covid”.
Sobre o estado da pandemia em Portugal, António Lacerda Sales começou por recusar comparar com outros países. “Não nos comparamos com outros países, porque não é uma disputa de países. É uma luta global. Entendemos que é uma luta em que se vão ganhando batalhas, mas são apenas batalhas de uma guerra superior. Estamos solidários com todos esses países”, disparou, apesar de lançar, pouco depois, uma comparação.
“Sobre a taxa de mortalidade de cerca de 5,5 por 100 mil habitantes, trata-se de uma taxa inferior à da maioria dos países da Europa. Estão com menor taxa Alemanha e Áustria. Mas é uma taxa que é um indicador bom”.
DGS já estuda formas de suavizar medidas de contingência
Durante a conferência de imprensa desta quarta-feira, Diogo Cruz, sub-director geral da Saúde, avançou que já estão a ser estudadas formas e momentos de eventual suavização das medidas contra a covid-19 aplicadas até este momento. “Nós aconselhamos o Ministério da Saúde sobre as medidas que devem ser tomadas. O que temos visto é o aplanar da curva, ou seja, que as medidas tomadas foram as adequadas. E temos estado a estudar quando e como podemos aliviar medidas. Estamos a fazer este trabalho há mais de uma semana. Quando tivermos resultados, informaremos”.
Não obstante, alertou para possíveis picos adicionais na pandemia: “Neste momento, não sabemos se o vírus vai ter mais ou menos ondas, mas é natural que, se tiver, outras medidas possam ser tomadas. Actualmente, ainda não sabemos se vão existir novos picos, ainda que seja uma possibilidade”.
INEM apela à confiança das pessoas
Luís Meira, presidente do INEM, deixou uma palavra de agradecimento a médicos, enfermeiros, profissionais de ambulância, psicólogos e demais profissionais que garantem que “tudo continua a funcionar” nos cuidados de saúde. E lançou um apelo: “Pessoas que precisam de assistência, não adiem o contacto com os serviços de saúde e do INEM”.
“As pessoas podem e devem ter confiança no sistema de emergência médica. Devem ter confiança de que está garantida a segurança nos cuidados e nos transportes, sem serem infectadas com covid-19. Os profissionais estão capacitados para reduzirem ao máximo os riscos de contaminação”, acrescentou. Na terça-feira, o PÚBLICO dava conta que mais de 70% dos portugueses alegavam ter medo de recorrer à urgências desde o início do surto em Portugal. Já na terça-feira, na conferência de imprensa diária, se tinha sublinhado a importância de não descurar a importância da vacinação apesar do receio em recorrer a centros de saúde e hospitais, especialmente entre as crianças, grávidas e doentes crónicos.
Sobre um dos temas que tem estado em cima da mesa — a eficácia da vacina BCG no combate ao novo coronavírus —, Diogo Cruz, subdirector-geral da Saúde, excluiu conclusões imediatas. “Têm saído inúmeros ensaios com uma robustez que não é a desejável. Tem sido veiculada a hipótese de a vacina da BCG dar imunidade para esta doença, mas estamos a falar de ensaios que comparam países que têm vacinação e outros que não. Parece-me redutor tirar conclusões destas, porque países tomaram estratégias diferentes de combate”, disse. “Assim que houver evidência científica robusta, comunicaremos.”
Em todo o mundo, já há cerca de dois milhões de pessoas diagnosticadas com a doença, de acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins. Já morreram cerca de 130 mil pessoas em todo o mundo e já mais de 500 mil pessoas foram dadas como curadas.
A Europa é um dos continentes mais afectados. De acordo com os dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), o “velho continente” tem 894.537 casos. Espanha é o país europeu que reporta mais casos positivos, seguida de Itália, Alemanha, França e Reino Unido.