O líder do PSD faz um apelo à unidade nacional e critica os políticos que “não resistem à tentação de agravar os ataques dos governos em funções”, fazendo um aproveitamento partidário das “fragilidades” da gestão da crise gerada pela pandemia. Esta atitude “não é patriótica”, sustentou Rui Rio numa carta que escreveu nesta quarta-feira aos militantes do PSD. Horas depois, David Justino, vice-presidente do partido, dizia na TSF que não abdica “de um escrutínio democrático”, aproveitando para criticar a excessiva exposição de António Costa no espaço público.

O líder do PSD faz um apelo à unidade nacional e critica os políticos que “não resistem à tentação de agravar os ataques dos governos em funções”, fazendo um aproveitamento partidário das “fragilidades” da gestão da crise gerada pela pandemia. Esta atitude “não é patriótica”, sustentou Rui Rio numa carta que escreveu nesta quarta-feira aos militantes do PSD. Horas depois, David Justino, vice-presidente do partido, dizia na TSF que não abdica “de um escrutínio democrático”, aproveitando para criticar a excessiva exposição de António Costa no espaço público.

No texto, enviado por email e disponibilizado no site do partido, o líder dos sociais-democratas desafia à união e solidariedade no combate à pandemia, tendo em conta a “gravidade da situação”.

Rui Rio lamentou os que na “vida política” não têm demonstrado essa união, mas sem apontar nomes. “Não raras vezes, aparecem os que não resistem à tentação de agravar os ataques aos governos em funções, aproveitando-se partidariamente das fragilidades políticas que a gestão de uma tão complexa realidade sempre acarreta. Em minha opinião, essa não é, neste momento, uma postura eticamente correcta. E não é, acima de tudo, uma posição patriótica”, defendeu, acrescentando que “o que as pessoas querem (e bem!) é eliminar o vírus o mais depressa possível, dispensando uma instabilidade política que só dificulta o que já, de si, não é fácil de resolver”.

Como líder da oposição, o presidente do PSD recorda que tem tido “uma atitude de cooperação” com o Presidente da República e com o Governo e que isso tem sido bem recebido. “Dos ecos que me vão chegando, concluo que a maioria dos nossos militantes tem também apoiado e assumido esta postura, o que não só me satisfaz, como muito me orgulha”, referiu, considerando que o “sentido de Estado e de responsabilidade” do PSD honra o seu “passado”.

Rui Rio adverte para os “tempos difíceis” que Portugal “vai ter de passar” depois desta “prolongada paragem económica” e lembra que o PSD nunca abandonou o país em anteriores “crises graves.”

Já depois de esta carta ter sido divulgada, David Justino criticava os excessos mediáticos de António Costa no programa Almoços Grátis da TSF. “Nas últimas duas semanas, o primeiro-ministro deu sete entrevistas, mais três conferências de imprensa, avisou os jornalistas que ia às compras e foi à RTP assistir à primeira sala de aula”, enumerou.

“Esta ocupação de espaço mediático não são as medidas do Governo. Aquilo em que não me importo de não ser patriótico é denunciar esta sobreocupação do espaço mediático por parte do primeiro-ministro”, acrescentou o vice-presidente do PSD que faz parte do núcleo duro de Rui Rio.​

Fora do PSD mas no seu espaço político, a declaração de Rui Rio não foi poupada a críticas. O líder do CDS aproveitou para criticar o PSD (sem nomear o partido) por ter chumbado a proposta dos apoios aos sócios-gerentes das pequenas empresas e depois apresentou uma proposta no mesmo sentido. Francisco Rodrigues dos Santos criticou os que pedem “patriotismo e unidade nacional” e depois têm estas atitudes, e defendeu uma oposição “responsável, construtiva, mas que também aponte o que está a correr mal”. “Se optássemos pela inibição seria uma postura antidemocrática”, afirmou.

João Cotrim de Figueiredo, da Iniciativa Liberal, pediu aos restantes partidos que usem o seu sentido crítico e disse que, ao contrário de outros, “a IL não acha que é antipatriótico fazer oposição" nesta fase.