Quase 7800 voluntários aceitaram convite do Estado-Maior das Forças Armadas
O líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, antigo aluno do Colégio Militar, aderiu à proposta do Estado-Maior General das Forças Armadas.
O convite lançado em 20 de Março pelo Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) à denominada família militar, portugueses filhos ou familiares de militares ou cidadãos que se revêem na instituição militar teve, até ao princípio desta semana, a adesão de 7800 voluntários.
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O convite lançado em 20 de Março pelo Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) à denominada família militar, portugueses filhos ou familiares de militares ou cidadãos que se revêem na instituição militar teve, até ao princípio desta semana, a adesão de 7800 voluntários.
Os dados facultados nesta quarta-feira pelo EMGFA a questões do PÚBLICO, permitem conhecer as valências e capacidades técnicas deste voluntariado convocado para apoiar o Serviço Nacional de Saúde e a instituição militar no combate à pandemia do novo coronavírus.
Deste modo, dos quase 7800 voluntários, 33 são médicos, 95 farmacêuticos, 217 são profissionais de enfermagem, 266 têm formação em Psicologia e 491 são técnicos auxiliares de acção médica. Este retrato prefigura o que, em linguagem comum, se pode designar como primeira linha sanitária no combate ao covid-19.
O grosso da lista, 6635 voluntários, aparece classificado como outros, pelo que se desconhecem as suas valências específicas. Contudo, o esclarecimento da entidade liderada pelo almirante Silva Ribeiro, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, descreve algumas das funções que podem vir a desempenhar.
O EMGFA refere serviços de apoio hospitalar, das lavandarias à alimentação, da ajuda à segurança ao secretariado, passando pela higienização. Admite, também, o futuro contacto com alguns dos voluntários para acções específicas em relações públicas ou gestão de recursos humanos.
A origem geográfica dos voluntários além das cidades de Lisboa, com 1881, Porto, outros 1875, e Braga, com 755, traduz a influência da história das Forças Armadas em várias localidades do país.
É manifestamente o caso de Monte Real, Beja, Montijo e Sintra, onde existem bases aéreas e, logicamente, uma comunidade militar.
O mesmo ocorre com os voluntários oriundos de Alcochete, Torres Vedras, Alenquer e Caldas da Rainha, neste caso com uma tradição relacionada com o Exército.
Por fim, da Região Autónoma dos Açores, vêm 82 adesões de Ponta Delgada e outras 33 de Angra do Heroísmo.
Os dados divulgados são omissos quanto à classificação por género. Recorda-se que o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, antigo aluno do colégio Militar e filho de um ex-oficial das Forças Armadas, divulgou a sua adesão ao estatuto de voluntários. Já Frederico Varandas, presidente do Sporting, e capitão médico na reserva, foi notificado pelo Ministério da Defesa para regressar ao Exército, na sequência da declaração do estado de emergência.