A história de uma menina que espia os vizinhos, para ler em tempos de covid-19

Lançado esta quarta-feira pela Pato Lógico, 1.º Direito é uma obra do autor Ricardo Henriques e do ilustrador Nicolau, inspirada pelo filme Janela Indiscreta, de Alfred Hitchcock. Conta a história de uma menina que investiga os seus vizinhos para lá do vidro que dá para a rua.

Fotogaleria

“Uma história com intriga, muitas janelas e uma Graça indiscreta”, com realização de Ricardo Henriques e Nicolau, produção da Pato Lógico. Podia ser um filme, mas é a primeira página de 1.º Direito, um livro de cores quentes para quem gosta de observar pessoas, que está a partir desta quarta-feira à venda no site da editora.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Uma história com intriga, muitas janelas e uma Graça indiscreta”, com realização de Ricardo Henriques e Nicolau, produção da Pato Lógico. Podia ser um filme, mas é a primeira página de 1.º Direito, um livro de cores quentes para quem gosta de observar pessoas, que está a partir desta quarta-feira à venda no site da editora.

Nele, Graça é uma criança que, de tanto observar e escutar a vida alheia, começa a desconfiar que o vizinho do 1.º direito do prédio em frente está a preparar um assalto. A trama é vagamente inspirada pelo filme Janela Indiscreta (1954), de Alfred Hitchcock, protagonizado por James Stewart e Grace Kelly.

Foto
DR

É uma obra feita em parceria com a Sociedade Portuguesa de Autores, em que se procurou “no início, de uma forma não excessivamente didáctica, explicar o que são os direitos de autor e como funcionam”, explica ao P3 Ricardo Henriques, autor dos textos. O conceito diluiu-se um pouco, mas o mundo de Graça continua populado de autores — “e arranjar num prédio alguém que observa as pessoas foi uma maneira de demonstrar várias profissões diferentes”.

Quanto a lançar um livro que aborda a coscuvilhice à janela em plena pandemia de covid-19, o lisboeta Ricardo sente-se “um bocadinho um Nostradamus dos tempos modernos”, pois foi há mais de um ano que imaginou a história de uma rapariga “a querer usar a sua imaginação" — "de alguma forma, como as crianças e os adultos que estãos agora fechados em casa”. “O livro pode ser mais uma achega, para que as pessoas olhem para os vizinhos e tenham curiosidade; não tanto para bisbilhotar, mas ao menos para falarem, imaginarem, cantarem, por aí fora.”

Até a colaboração com Nicolau, ilustrador no Porto, “teria dado certo num mundo pós-covid”, por ter sido um trabalho, ainda que “sempre em diálogo”, maioritariamente feito à distância. É a segunda vez que cooperam, depois de Cara ou Coroa? Pequena História da Moeda, em projecto com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, também publicado pela Pato Lógico – editora a abeirar uma década, fundada pelo autor e ilustrador André Letria, que está este ano nomeada pela segunda vez para o prémio de Melhor Editora Europeia pela Feira do Livro Infantil de Bolonha, em Itália.