Covid-19: Os conflitos entre pais e filhos “servem para aumentar a resiliência e a maturidade”

Para a pediatra Maria do Céu Machado, o confinamento provoca mais desentendimentos, mas também dá tempo para que estes sejam resolvidos — desde que pais e filhos “consigam dialogar e fazer qualquer coisa juntos”.

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Realizar actividades em conjunto ajuda a ultrapassar conflitos Dan Burton/Unsplash

A pediatra Maria do Céu Machado considera que o confinamento em casa, devido à doença covid-19, intensifica a ligação entre pais e filhos, mas também gera conflitos, que “servem para aumentar a resiliência e a maturidade”.

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A pediatra Maria do Céu Machado considera que o confinamento em casa, devido à doença covid-19, intensifica a ligação entre pais e filhos, mas também gera conflitos, que “servem para aumentar a resiliência e a maturidade”.

A especialista, que participou no ciclo de conversas digitais “O país que se segue”, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, considerou que o confinamento em casa permite “mais ligação entre famílias”, estando os pais “mais tempo” com os filhos e os filhos com os pais.

Contudo, “estar confinado num espaço é gerador de conflitos”, ressalvou, defendendo que é preciso “respeitar o espaço” de cada um e manter rotinas semanais, envolvendo pais e filhos na “construção destas rotinas”.

Para Maria do Céu Machado, os conflitos “servem para aumentar a resiliência e a maturidade” desde que pais e filhos “consigam dialogar e fazer qualquer coisa juntos”.

A pediatra, que participou numa videoconferência dedicada ao tema “Crianças e adolescentes fechados em casa”, salientou de positivo que haja jovens “interessados nas notícias” sobre a pandemia e que a covid-19 desperte “o espírito de solidariedade” em crianças “superprotegidas”, que se apercebem que “o mundo não é o mundo dourado em que vivem”.

Portugal, em estado de emergência até pelo menos sexta-feira e com confinamento social generalizado, registava até terça-feira 567 mortos e 17.448 casos de infecção confirmados, de acordo com o balanço divulgado pela Direcção-Geral da Saúde. Dos infectados, 1227 estão internados, 218 dos quais em unidades de cuidados intensivos, havendo 347 doentes que recuperaram desde que a doença respiratória aguda, declarada como pandemia, foi diagnosticada no país, a 2 de Março.