Três semanas depois do anúncio, Coimbra abre centro de testes
Administração Regional de Saúde do Centro justifica o atraso com falta de zaragatoas.
Há vários dias que o circuito estava estabelecido, as vaias montadas e a tenda armada. Faltava abrir as portas da Praça da Canção, na margem esquerda do rio Mondego, em Coimbra, para que pudesse entrar em funcionamento o centro de recolha de testes de covid-19. Nesta terça-feira de manhã, o centro de testes entrou em actividade pela primeira vez.
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Há vários dias que o circuito estava estabelecido, as vaias montadas e a tenda armada. Faltava abrir as portas da Praça da Canção, na margem esquerda do rio Mondego, em Coimbra, para que pudesse entrar em funcionamento o centro de recolha de testes de covid-19. Nesta terça-feira de manhã, o centro de testes entrou em actividade pela primeira vez.
A criação de um centro de recolha, a funcionar em formato de drive-thru (o único do distrito de Coimbra), foi anunciada pelo presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado e 23 de Fevereiro, em declarações à rádio Observador. Então, o autarca disse que o centro, que resulta de uma parceria entre município, Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e Universidade de Coimbra, deveria entrar em funcionamento nos dias que se seguiam.
O tempo passou e, já no dia 7, Machado ensaiou um protesto através da comunicação social, instando a ARSC a abrir o centro de diagnóstico móvel. O trabalho da câmara estava feito. Ou seja, a logística, a organização do circuito, do trânsito e o serviço de limpeza estavam assegurados. Faltava o resto.
Essencialmente, faltavam zaragatoas, explica ao PÚBLICO fonte oficial da ARSC. Chegado o material de recolha de amostras, o centro iniciou o trabalho nesta terça-feira. A mesma fonte refere que, para já, estão a ser feitos 50 testes por dia, estando o espaço a funcionar das 8h30 às 12h30 e das 14h às 18h. Os testes só serão feitos a casos que sejam reencaminhados pelos agrupamentos de centros de saúde do Baixo Mondego (Coimbra e litoral do distrito) e do Pinhal Interior Norte (interior do distrito e concelhos do Norte de Leiria).
Depois de recolhidas, as amostras são encaminhadas para o Laboratório de Análises Clínicas montado no antigo edifício da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, onde trabalham cerca de 80 pessoas distribuídas por nove equipas de voluntários. A instituição informou que o laboratório “tem dado resposta em 24 horas a todos os pedidos remetidos até ao momento pela ARSC e pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)”, rondando os 250 testes por dia. No entanto, o reitor da UC, Amílcar Falcão, afirmou já que o laboratório tem capacidade para processar o dobro das amostras.
De acordo com informação da Direcção-Geral de Saúde, Coimbra, onde há 293 casos confirmados é o segundo concelho da região Centro do país mais afectado. Apenas Ovar, com 435, tem mais casos.