Covid-19: refeições nas escolas podem chegar a 20 mil alunos
Medida vai ser alargada aos estudantes com escalão B até ao final do ano lectivo. Nas últimas semanas as cantinas serviram 10 mil refeições diárias.
As escolas públicas vão continuar a servir refeições aos alunos carenciados até ao final do ano lectivo. A medida, que já tinha vigorado nas duas semanas antes das férias da Páscoa para os alunos com escalão A da acção social escolar, vai agora ser alargada também aos estudantes com escalão B, fruto do prolongamento da suspensão das aulas presenciais nos próximos meses.
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As escolas públicas vão continuar a servir refeições aos alunos carenciados até ao final do ano lectivo. A medida, que já tinha vigorado nas duas semanas antes das férias da Páscoa para os alunos com escalão A da acção social escolar, vai agora ser alargada também aos estudantes com escalão B, fruto do prolongamento da suspensão das aulas presenciais nos próximos meses.
Esta determinação do Ministério da Educação (ME) já foi transmitida às escolas e foi confirmada pelo PÚBLICO junto de fonte da tutela. Após a suspensão das aulas presenciais, por causa da pandemia da covid-19, o Governo tinha determinado que os alunos mais carenciados deveriam continuar a ter acesso às refeições que habitualmente faziam nos estabelecimentos de ensino.
A medida destinava-se, até aqui, aos estudantes com escalão A, que pertencem as famílias com menores rendimentos. O alargamento para os beneficiários de escalão B duplica o universo de alunos apoiados. Nas duas semanas de férias da Páscoa, que terminam esta segunda-feira, as escolas serviram, em média, 10 mil refeições diárias.
As refeições escolares foram um dos serviços excepcionais que o Governo determinou que as escolas deveriam continuar a prestar depois da suspensão das aulas presenciais, no âmbito das medidas de contenção da covid-19, no mês passado. Na primeira semana, cerca de 5500 estudantes carenciados comeram ou receberam diariamente uma refeição das suas escolas. O número não tem parado de crescer desde então.
Este serviço está a ser prestado por cerca de 700 escolas – o país tem 811 agrupamentos de escolas públicas. Em concelhos onde há mais do que um agrupamento, os estabelecimentos de ensino articularam-se para que apenas um deles preste este serviço.
A modalidade de apoio também varia em cada um dos territórios. Em alguns casos, os alunos continuam a ir às escolas fazer a refeição nas cantinas, mas há concelhos onde são as autarquias as responsáveis pelas refeições escolares e que têm preferido entregar cabazes de produtos alimentares aos encarregados de educação, evitando deslocações diárias aos estabelecimentos de ensino. Nos casos em que os serviços de refeição estão concessionados a empresas, estas têm optado pelo serviço em regime de consumo externo: as famílias podem ir às escolas ou a outros locais, como juntas de freguesia, buscar as refeições embaladas.
Formação digital para professores
A partir de quarta-feira, directores e professores de cerca de 750 agrupamentos escolares vão participar numa Formação para a Docência Digital e em Rede, promovida pelo Ministério da Educação, em parceria com a Universidade Aberta. A iniciativa tem o objectivo de “apoiar as escolas ao nível do desenvolvimento” do ensino à distância, num momento em que as actividades presenciais estão suspensas, avança a tutela em comunicado.
Esta formação de 25 horas é dirigida aos directores escolares e é extensível a mais dois professores por escola. A primeira edição, que se inicia na quarta-feira, prolonga-se até 5 de Maio. O Ministério da Educação promete alargar a iniciativa, “em futuras edições, a todos os professores interessados em aprofundar conhecimentos e competências” sobre ensino à distância.