Von der Leyen: Restrições a pessoas mais velhas podem durar até ao final do ano
A presidente da Comissão Europeia apela à disciplina e paciência dos cidadãos.
Os contactos das pessoas mais velhas deverão ser limitados, pelo menos, até ao final do ano, devido à pandemia do novo coronavírus, alertou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
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Os contactos das pessoas mais velhas deverão ser limitados, pelo menos, até ao final do ano, devido à pandemia do novo coronavírus, alertou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Em entrevista ao jornal alemão Bild, a ser publicada este domingo, Von der Leyen avisou que enquanto não houver uma vacina “é preciso limitar, tanto quanto possível, os contactos dos idosos”, em particular os que vivem em lares.
“Sei que é difícil e que o isolamento pesa, mas é uma questão de vida ou de morte. Devemos manter-nos disciplinados e pacientes”, declarou, contando com o desenvolvimento de uma vacina por um laboratório europeu perto do final do ano.
Para a presidente da Comissão Europeia, “as crianças e os jovens desfrutarão mais cedo da liberdade de movimento que os mais velhos e aqueles que têm antecedentes médicos”.
Comissão desaconselha reservas de férias de Verão
Ursula von der Leyen desaconselhou também reservas para férias de Verão devido à impossibilidade de previsões fiáveis acerca dos efeitos da pandemia.
“Recomendo esperar antes de fazer planos. Neste momento, ninguém pode fazer previsões confiáveis para Julho e Agosto”, afirmou.
Na quinta-feira, numa declaração divulgada, o comissário europeu da Justiça e Consumidores, Didier Reynders, frisou que os turistas com pacotes de viagem cancelados devido à covid-19 têm direito a reembolso, ao abrigo das regras comunitárias, e pediu cooperação aos Estados-membros para garantir esse direito, assim como apoio para agências turísticas.
“Os viajantes têm o direito de obter um reembolso total se a sua viagem for cancelada”, disse, explicando que esse direito está estipulado na directiva comunitária sobre viagens organizadas e serviços de viagem conexos.
Por essa razão, Didier Reynders enviou nesse dia cartas aos Estados-membros da União Europeia (UE) e anunciou estar a estabelecer contactos com as associações empresariais e de consumidores para garantir que “são tomadas as medidas adequadas a nível nacional para um justo equilíbrio entre a protecção dos consumidores e o apoio às empresas de viagens e turismo”.
Ainda assim, reconhecendo a actual “situação sem precedentes”, o comissário europeu ressalvou que, “sempre que possível, os consumidores devem considerar a possibilidade de aceitar um ‘voucher’ que lhes permita adiar as suas férias para um momento posterior, sob determinadas condições”, e adiantou que “esse ‘voucher’ deve ser reembolsável se não for utilizado e garantido perante uma eventual insolvência do operador”.
Ainda no mesmo dia, pouco depois da declaração de Didier Reynders, a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), em comunicado divulgado, pediu ao Governo que “clarifique a relação com os consumidores finais, legislando a favor de um sistema de reembolsos baseados em ‘vouchers’” e “criando um caminho de confiança para empresas e empresários”, que atenue “drasticamente a insegurança dos consumidores finais”, clientes das agências.
A associação admitiu que as agências de viagens “não estão a reembolsar, na sua totalidade, os clientes” porque “enviaram o dinheiro dos clientes para hotéis, companhias aéreas e outros fornecedores de serviços turísticos, que não estão a devolver o dinheiro entregue, apesar de não terem efectuado qualquer serviço”.
“Não está aqui contida qualquer valoração ou julgamento desta atitude dos nossos parceiros, concretamente hotéis e companhias aéreas. Certamente que enfrentam igualmente enormes dificuldades de tesouraria, como todas as empresas do sector turístico”, adiantou na altura a associação.