Paço da Rainha: a mimosa rua de Lisboa vai ter obras

Câmara aprovou adjudicação de empreitada de 1,2 milhões para alargar passeios, reduzir a largura da via de trânsito e melhorar o sistema de saneamento.

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O Paço da Rainha DR

O Paço da Rainha é uma daquelas ruas de Lisboa em que o tempo parece suspenso, as grandes árvores e as casas baixas a lembrarem que no meio do bulício próprio da capital também há espaço para a delicadeza. A mimosa artéria que liga o Campo Mártires da Pátria à Embaixada de Itália e à Almirante Reis, mais abaixo, vai brevemente entrar em obras de requalificação.

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O Paço da Rainha é uma daquelas ruas de Lisboa em que o tempo parece suspenso, as grandes árvores e as casas baixas a lembrarem que no meio do bulício próprio da capital também há espaço para a delicadeza. A mimosa artéria que liga o Campo Mártires da Pátria à Embaixada de Itália e à Almirante Reis, mais abaixo, vai brevemente entrar em obras de requalificação.

A receita para ali é semelhante à aplicada pela Câmara de Lisboa um pouco por toda a cidade onde já houve obras do programa Uma Praça em Cada Bairro: menos espaço para os carros e mais para os peões.

No Paço da Rainha, que já hoje tem passeios invulgarmente largos para a zona em que se insere, estes ainda vão crescer mais através da total eliminação do estacionamento ao longo da via. A autarquia vai criar lugares em espinha de ambos os lados da rua na parte que confina com a Calçada do Conde de Pombeiro e com a Rua da Escola do Exército – segundo as contas municipais está previsto um acréscimo de 25 lugares para carros.

As obras terão um custo de 1,2 milhões de euros e devem durar sete meses, mas esse prazo ainda não está a contar. Para já, a câmara aprovou a adjudicação da empreitada à construtora Vibeiras e ainda tem de esperar pelo visto prévio do Tribunal de Contas e por uma autorização da assembleia municipal para repartir os encargos pelos próximos anos.

Na proposta que levou esta quinta-feira a votos na reunião de câmara, o vice-presidente explica como todo o processo teve vários percalços e demorou mais do que o inicialmente previsto. O concurso público para a obra foi lançado em Agosto do ano passado e deveria ter-se concluído em Dezembro, mas dúvidas e reclamações de vários concorrentes levaram a que o júri tivesse de fazer vários relatórios até ao final, já de Março.

Para lá do alargamento dos passeios, o projecto inclui o estreitamento da via de trânsito, mantendo-se, no entanto, os dois sentidos de circulação. Está também prevista a criação de uma passadeira sobre-elevada mesmo em frente ao Palácio da Bemposta, razão de ser do Paço, de zonas para estacionamento de bicicletas e motas e a reabilitação do sistema de saneamento. No passeio a sul, também na esquina com a Calçada do Conde de Pombeiro, vão surgir umas escadinhas para melhorar a circulação pedonal e o escoamento das águas pluviais.

O maior desafio assumido pela câmara é, contudo, a “criação de medidas de desincentivo de estacionamento abusivo sobre pavimentos pedonais” sem recorrer aos habituais pilaretes metálicos, de forma a permitir “uma leitura do espaço urbano em geral e do Palácio da Bemposta e dos painéis azulejares em particular”.