Pode ser que, em breve, Joana Gama e Luís Fernandes venham a descobrir se ainda conseguem criar música a dois. Desde que experimentaram juntar os trapos artisticamente em Quest (2014), numa combinação que poderia parecer improvável entre uma pianista empenhada em explorar a música escrita contemporânea e um manipulador sonoro moldado pelas correntes mais exploratórias da música electrónica, não voltaram a criar verdadeiramente em duo. E, no entanto, estiveram sempre juntos ao longo destes anos, em projectos que foram jorrando da iluminada relação musical fabricada a partir de um interesse comum pela música de John Cage. Apenas não estavam sozinhos. Em Harmonies (2017), convidaram o violoncelista e artista plástico Ricardo Jacinto a juntar-se-lhes na missão de seguir pistas de Erik Satie para inventar um mundo novo, em At the Still Point of the Turning World (2018) arriscaram não serem engolidos pelo som da Orquestra de Guimarães (com arranjos e orquestração de José Alberto Gomes) na construção de uma delicada massa orquestral.
Opinião
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