Covid-19: governador de Nova Iorque vai registar mais agentes funerários para lidar com aumento de mortos

Andrew Cuomo disse que os que existem não chegam para o número de mortos. O estado registou, pelo terceiro dia consecutivo, o maior aumento no número de mortos. Morreram mais 799 pessoas na quarta-feira, totalizando 7067 óbitos.

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O estado de Nova Iorque é o epicentro da pandemia nos Estados Unidos LUCAS JACKSON/Reuters

O governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, disse esta quinta-feira que vai registar mais agentes funerários porque os que existem no estado americano não chegam para lidar com o crescente número de mortes. O estado de Nova Iorque registou na quarta-feira mais 799 mortos, o terceiro aumento consecutivo em três dias, totalizando 7067 óbitos. 

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O governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, disse esta quinta-feira que vai registar mais agentes funerários porque os que existem no estado americano não chegam para lidar com o crescente número de mortes. O estado de Nova Iorque registou na quarta-feira mais 799 mortos, o terceiro aumento consecutivo em três dias, totalizando 7067 óbitos. 

“Vamos trazer mais agentes funerários. Se alguma vez me dissessem que, enquanto governador, teria de tomar uma decisão como esta... nunca imaginaria que chegássemos ao momento em que estamos”, disse Cuomo em conferência de imprensa. “Estamos numa batalha, certo, mas isto é sobre a guerra”, continuou o governador, referindo que o coronavírus já causou mais morte que os atentados terroristas do 11 de Setembro de 2001.

O estado de Nova Iorque está a lidar com o pior surto de coronavírus nos Estados Unidos e, na quarta-feira, registou o terceiro aumento diário do número de mortos: 799, totalizando 7067 (4426 na cidade de Nova Iorque). As autoridades registaram na segunda-feira 731 mortos e na terça-feira outros 779.

Já há mais de 151 mil pessoas infectadas no estado, das quais 84.373 só na cidade de Nova Iorque. Pelo menos 18 mil pessoas foram hospitalizadas e, quarta-feira, registaram-se 200 novas hospitalizações, o número mais baixo de sempre, disse Cuomo.

Os Estados Unidos, o país com o maior número de pessoas infectadas em todo o mundo, têm mais de 432 mil casos identificados e 14.830 mortos, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins. 

Os hospitais da cidade de Nova Iorque estão sobrecarregados com pacientes e faltam profissionais de saúde, muitos dos quais ficaram infectados. Por isso, os militares americanos ordenaram o envio de centenas de médicos e enfermeiros para alguns dos hospitais nova-iorquinos, tendo 325 chegado na terça-feira. “Estamos a inundar a área com equipas médicas”, disse o porta-voz do Pentágono, Jonathan Hoffman, citado pela CNN. 

Agradecendo a ajuda dos militares, o presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, disse que as centenas de militares médicos e enfermeiros não serão suficientes e que vai ser necessária mais ajuda e “rapidamente”. “Precisamos de mais ajuda, particularmente no que diz respeito a pessoal”, disse De Blasio. 

As medidas de isolamento social podem não ser suficientes para conter o avanço da pandemia - são necessários vários dias para fazerem efeito - e Bill de Blasio pôs em cima da mesa a hipótese de serem endurecidas no futuro próximo, se a situação se agravar. 

“Infelizmente, as restrições terão de aumentar se as coisas ficarem ainda piores”, disse De Blasio. “Não é o que perspectivo hoje, nem é o que queremos, mas a verdade é a verdade”.