Acordo no Eurogrupo: “500 mil milhões de euros disponíveis imediatamente”, avança ministro francês

“A reunião terminou com os ministros a aplaudir”, anunciou o porta-voz de Centeno na rede social Twitter

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LUSA/PATRICIA DE MELO MOREIRA HANDOUT

Os ministros das Finanças europeus chegaram hoje a acordo sobre um “pacote de dimensões sem precedentes” para fazer face à crise provocada pela pandemia da covid-19, anunciaram vários participantes na videoconferência conduzida desde Lisboa por Mário Centeno.

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Os ministros das Finanças europeus chegaram hoje a acordo sobre um “pacote de dimensões sem precedentes” para fazer face à crise provocada pela pandemia da covid-19, anunciaram vários participantes na videoconferência conduzida desde Lisboa por Mário Centeno.

“A reunião terminou com os ministros a aplaudir”, anunciou o porta-voz de Centeno na rede social Twitter, enquanto o ministro francês, Bruno Le Maire, dá conta de “um excelente acordo” que garante “500 mil milhões de euros disponíveis imediatamente” e prevê “um fundo de relançamento” no futuro. No total, o plano ascenderá a um bilião de euros (milhões de milhões), diz o ministro, citado na Reuters.

Também o comissário europeu da Economia, o italiano Paolo Gentiloini, anunciou um acordo em torno de “um pacote de dimensões sem precedentes”. Fica de fora qualquer “condicionalidade” no recurso à linha de crédito (equivalente a 2% do PIB de cada Estado-membro, conforme já previsto) do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), avançou ainda o comissário, citado pelo Financial Times.

A Itália receava sobretudo que ao recorrer ao financiamento disponibilizado pelo MEE ele viesse condicionado por um conjunto de medidas impostas, que para alguns fazia lembrar a austeridade que a troika impôs na crise financeira, numa altura em que a economia enfrenta uma crise severa.

A abertura de uma linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) num valor equivalente a 2% do PIB, para que os países possam financiar medidas “directa ou indirectamente” ligadas ao sistema de saúde é a peça central do acordo obtido esta quinta-feira pelos ministros das Finanças da zona euro.

As condições associadas a esta linha de crédito – o tema que mais dividiu os países durante a discussão – são as de que o país continue a cumprir as regras orçamentais europeias, comprometendo-se ainda a utilizar este financiamento apenas para o fortalecer a resposta do sistema de saúde.

No acordo, foi ainda incluído um reforço de 200 mil milhões de euros da capacidade do Banco Europeu de Investimento (BEI) e o lançamento de um programa de apoio ao emprego à escala europeia no valor de 100 mil milhões de euros. Se, a estes dois valores, juntarem-se os 240 mil milhões de euros que está previsto para o MEE apoiar cada Estado-membro a soma ascende, nesta primeira fase, a 540 mil milhões de euros.

Os membros do Eurogrupo acordaram ainda discutir para o futuro a criação de um fundo de recuperação para a economia europeia. Neste caso, a grande divergência entre os países continua a ser como financiá-lo.

Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, afirmou na conferência a seguir à reunião que alguns membros defenderam a mutualização de dívida, enquanto outros defenderam que devem ser encontradas formas alternativas de financiamento.