Centro Hospitalar São João aumenta número de camas ventiladas para 79
Hospital fez aumentar a resposta em número de camas ventiladas para 79, mas nem todas estão ocupadas. Pandemia obriga à reorganização de serviços.
A evolução da pandemia covid-19 levou o Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) a activar o nível cinco do plano de contingência, o que permite aumentar para 79 o número de camas ventiladas para os doentes infectados pelo novo coronavírus. O Centro Hospital São João do Porto tem capacidade para garantir um total de 100 camas ventiladas, mas essa oferta fica para mais tarde quando for activado um novo nível do plano de contingência.
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A evolução da pandemia covid-19 levou o Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) a activar o nível cinco do plano de contingência, o que permite aumentar para 79 o número de camas ventiladas para os doentes infectados pelo novo coronavírus. O Centro Hospital São João do Porto tem capacidade para garantir um total de 100 camas ventiladas, mas essa oferta fica para mais tarde quando for activado um novo nível do plano de contingência.
As 79 camas ventiladas correspondem à capacidade máxima para o nível cinco do plano de contingência – ao todo são sete níveis. O facto de haver 79 camas disponíveis não quer dizer que estejam todas ocupadas — essa situação não se verifica neste momento e os números mostram isso mesmo.
De acordo com fonte hospitalar, estavam internados nesta quarta-feira no São João 177 doentes com covid-19 e destes 45 encontram-se nos cuidados intensivos. Dos 45, há 12 que também estão nos cuidados intensivos apoiados por uma máquina que fornece suporte de oxigénio para coração e pulmões em pacientes nos quais estes órgãos estão com a função muito prejudicada.
Com os especialistas a dizer que já entrámos no tal “planalto” que antecede a descida consistente do número de novos casos, o CHUSJ apresenta números: há 1286 doentes em regime ambulatório e 62 pessoas estão recuperadas da crise pandémica. A mesma fonte deu nota que apesar da pressão diária que se respira no São João por causa da pandemia há pequenos sinais de algum abrandamento no ritmo. Neste momento, poder-se-á dizer que a pressão está a “diminuir um bocadinho”.
A activação do plano de contingência ditou a afectação de salas de bloco operatório a doentes covid-19/assintomáticos ou suspeitos a aguardar resultados do rastreio e positivos que necessitam de cirurgia urgente. Face à evolução da pandemia, o conselho de administração decidiu afectar a sala 11 do bloco operatório central aos doentes positivos ou suspeitos e determinou rastrear para a covid-19 todos os doentes internados no hospital.
Com a aprovação da norma interna, que determinou os rastreios sistemáticos a todos os doentes a admitir para cirurgia e/ou internamento, “verificou-se o aumento do número de doentes candidatos a cirurgia urgente covid-19/assintomáticos ou suspeitos a aguardar resultado do rastreio e positivos, pelo que é necessário rever a abordagem nos termos do plano de contingência da instituição”, afirma a administração do São João num documento aprovado no início deste mês.
Nesse sentido, a Unidade Autónoma de Gestão de Cirurgia e a Unidade Autónoma de Gestão Urgência e Medicina Intensiva propuseram uma reorganização da resposta a dar pelo hospital que é uma referência para a área de covid-19. Assim, ficou decidido reservar o bloco operatório do serviço de Urgência exclusivamente para doentes com covid-19/assintomáticos ou suspeitos a aguardar resultado do rastreio e positivos que necessitam de cirurgia urgente.
Para uma melhor resposta vão passar a ser utilizadas as salas 1 e 2, bem como a sala de recobro com duas camas. Tendo em conta as condicionantes técnicas e de espaço, a sala 3 do bloco operatório não é elegível para esta finalidade. As salas do bloco operatório da urgência vão dispor de controlo autónomo do sistema de ventilação, de forma a permitir a aplicação individualizada nas salas de pressão negativa/positiva/neutra.
No âmbito desta reorganização, a sala 11 do bloco operatório central vai ficar reservada para os doentes covid-19/ positivos com cirurgia não urgente ou urgente diferida, sob responsabilidade do bloco operatório central. Por seu lado, as salas 9 e 10 ficam reservadas para cirurgia urgente e respectivo recobro, em doentes com covid-19 negativo (doentes rastreados cujo resultado fique disponível até à realização da cirurgia) sob responsabilidade do bloco operatório do serviço de urgência.