Não vai ser só preciso recuperar a economia; precisamos de reinventá-la
Talvez conviesse pensar se queremos voltar completamente ao que era dantes ou se há vontade política para aprender algumas lições económicas da quarentena.
A coisa que mais impressiona quando revisitamos a Peste Negra de 1348, como fiz para o mais recente episódio do meu podcast aqui no PÚBLICO, é a escala da mortandade. Depois de umas primeiras eclosões na década de 1330 na província de Hopei (hoje Hubei), não muito longe da cidade de Wuchang (uma das três, e a mais antiga, que compõem hoje a cidade de Wuhan), a peste chegou à Europa em 1348 através da colónia genovesa de Cafá, na Crimeia. Costumamos dizer que um terço da população europeia morreu. Em muitos casos, terá morrido mais de metade. Uma cidade como Florença, ponta de lança da nova economia no século XIII, tinha mais de cem mil habitantes antes da peste; ficou com menos de cinquenta mil.
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A coisa que mais impressiona quando revisitamos a Peste Negra de 1348, como fiz para o mais recente episódio do meu podcast aqui no PÚBLICO, é a escala da mortandade. Depois de umas primeiras eclosões na década de 1330 na província de Hopei (hoje Hubei), não muito longe da cidade de Wuchang (uma das três, e a mais antiga, que compõem hoje a cidade de Wuhan), a peste chegou à Europa em 1348 através da colónia genovesa de Cafá, na Crimeia. Costumamos dizer que um terço da população europeia morreu. Em muitos casos, terá morrido mais de metade. Uma cidade como Florença, ponta de lança da nova economia no século XIII, tinha mais de cem mil habitantes antes da peste; ficou com menos de cinquenta mil.