Covid-19: Espanha poderá começar a levantar medidas de confinamento já a 26 de Abril

Intenção foi anunciada esta quarta-feira pela ministra das Finanças e porta-voz do Governo, María Jesús Montero. Especialista do Ministério da Saúde alerta para a necessidade de multiplicar cuidados.

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Profissionais de saúde espanhóis LUSA/Fernando Villar

O Governo espanhol está a ponderar levantar as medidas de confinamento já a partir de 26 de Abril, data de fim do estado de emergência, anunciou nesta quarta-feira a ministra das Finanças e porta-voz do Governo, María Jesús Montero, citada pelo El País.

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O Governo espanhol está a ponderar levantar as medidas de confinamento já a partir de 26 de Abril, data de fim do estado de emergência, anunciou nesta quarta-feira a ministra das Finanças e porta-voz do Governo, María Jesús Montero, citada pelo El País.

As medidas para deixar que os espanhóis voltem a recuperar a sua “vida normal” serão implementadas de forma progressiva e respeitando a opinião dos especialistas.

“Não podemos dar nada como garantido nestes momentos”, afirmou a ministra das Finanças. A única coisa que está garantida é que o estado de emergência se irá prolongar até ao dia 26 de Abril. Depois dessa data, os cidadãos “poderão recuperar de forma organizada a sua vida normal, as ruas, as praças, de forma muito organizada, para que não haja picos e para que não haja um regresso aos contágios”, completou.

A forma e a velocidade que este regresso à normalidade vão tomar está nas mãos dos “técnicos”, que ainda precisam dos dados destas próximas semanas para tomar decisões.

A possibilidade de levantar algumas medidas de restrição reforça as preocupações dos responsáveis pela saúde pública, com alguns ramos do Governo espanhol a redobrarem os alertas feitos à população. Fernando Simón, director do Centro de Coordenação de Emergências em Saúde do Ministério, alertou esta quarta-feira para o risco de o contágio aumentar.

“Será mais difícil levar as pessoas a respeitar as regras do distanciamento social. Devemos estar muito mais conscientes das nossas acções nesta segunda fase para evitar uma subida [do número de casos] e evitar que o sistema de saúde volte a estar sob pressão”, explicou Fernando Simón, citado pelo El País.

Também o ministro dos Transportes, José Luis Ábalos, fez questão de referir que eventuais alterações “não implicam o regresso à normalidade”.

Esta quarta-feira, o número de mortes em Espanha registado nas últimas 24 horas voltou a subir: há mais 757 óbitos registados – ao todo, são mais de 14.555 as pessoas que morreram no país. Há ainda um total de 48 mil pessoas que receberam alta e, até esta quarta-feira, foram diagnosticadas 146.690 pessoas com covid-19. Estes dados vieram contrariar uma tendência de descida nas mortes que se prolongava há quatro dias consecutivos.

Mas não é só em Espanha que se começa a desenhar um regresso faseado à normalidade. Em alguns países europeus (como a Áustria ou a Dinamarca) começa a ensaiar-se a possibilidade de reabrir as escolas e creches pouco depois da Páscoa. Mas em Portugal, isso não vai acontecer: pelo menos até ao final de Abril não vai haver aulas nas escolas. E os especialistas pedem cautela com o fim do confinamento.

Também em Wuhan, cidade chinesa onde a pandemia teve início, as autoridades procuram um regresso à normalidade. Auto-estradas, pontes e túneis foram reabertos, com comboios, autocarros e voos domésticos novamente em funcionamento. De acordo com a Associated Press, mais de 65 mil pessoas abandonaram a cidade, cerca de dois meses após as medidas de isolamento decretadas pelo Governo chinês.